segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

"Estrela" de Belém


Por:José Roberto V. Costa
Astronomia no Zênite

A história conhecemos muito bem. Afinal, vem sendo contada há mais de dois mil anos e – hoje – é uma das imagens mais marcantes da Festa da Natividade. Contudo, temos condições de saber o que de fato viram os Magos do Oriente?

Uma das primeiras hipóteses foi proposta por Orígenes (183-254 d.C.). Ele supôs que o agora conhecido cometa de Halley teria sido o astro visto pelos Magos. Mas ao se analisar os registros dos chineses, notáveis observadores do céu, verificou-se que a tese do cometa de Halley exigiria um erro de mais de 11 anos na data atribuída ao nascimento de Cristo.Por outro lado, permaneceu a hipótese da Estrela de Belém ter sido um cometa não periódico, de grande brilho.


"Tendo Jesus nascido em Belém de Judéia, em tempo do Rei Herodes, eis que vieram Magos do Oriente a Jerusalém, perguntando: "Onde está o Rei dos Judeus, recém-nascido? Com efeito, vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo."

Mateus 2,1-2


No final do ano de 1572 o astrônomo dinamarquês Tycho-Brahe descobriu uma estrela muito brilhante na constelação de Cassiopéia. Na verdade seu brilho era tanto que o novo astro pôde ser visto mesmo à luz do dia, durante quase 20 meses. Mais tarde esse fenômeno seria batizado de nova e supernova, denominações usadas em Astronomia para designar as estrelas que explodem, aumentando assustadoramente de brilho e depois de algum tempo quase desaparecem do firmamento.
Contemporâneos de Tycho-Brahe viram no astro a mesma estrela que teria guiado os Magos, enquanto outros afirmavam que o fenômeno anunciava a chegada de um segundo Salvador.
Astrônomos encontraram ocorrências de novas na primavera do ano 5 a.C., ano que não está em contradição com o provável nascimento de Jesus, que segundo os teólogos deve ter ocorrido entre os anos 5 e 7 a.C. e não no ano 1, como é comum imaginar. A hipótese da nova, ou supernova, encontra adeptos até os dias atuais.
Esta nebulosa foi tudo o que sobrou da explosão de uma estrela da constelação do Touro.

O céu e os Magos
ASTROS BRILHANTES, COMO O PLANETA VÊNUS – a conhecida Estrela d´Alva, Júpiter e Saturno podem aparecer no céu em posições que nos dão a ilusão de aproximação, fazendo com que seus brilhos se somem.
Os astrônomos chamam isso de conjunção planetária. Uma conjunção tríplice é a sucessão de três aproximações aparentes de dois planetas e, para alguns pesquisadores, este fenômeno de grande importância astrológica pode ter sido a Estrela de Belém.
Parece difícil chegar a qualquer conclusão sobre o assunto. A própria concepção dos três Reis Magos é deficiente. Surgiu no século VI d.C., quando seu número foi fixado devido a natureza de seus presentes. Mas segundo a tradição oriental, foram 12 os Magos que visitaram Jesus. Será, enfim, que eles existiram?
Naturalmente, tais impasses só enriquecem o pensamento humano, ávido pela compreensão não somente da natureza de possíveis fenômenos naturais, mas pelo próprio sentido de nossa existência neste mundo.

Fonte: www.zenite.nu

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Vida como não se conhecia


As chances de existir vida em outros planetas acaba de
aumentar. Pelo menos de acordo com o anuncio feito na tarde desta
quinta-feira (2/12) pela Nasa, a agencia espacial norte-americana, que
destaca a descoberta de um organismo que cresce onde nao se imaginava
que pudesse existir vida. O anuncio, transmitido para todo o mundo pela
internet, refere-se ao estudo feito por Felisa Wolfe-Simon, do Instituto
de Astrobiologia da Nasa, e colegas e publicado na nova edicao da
revista Science. Os cientistas descobriram uma bacteria (linhagem GFAJ-1
da familia Halomonadaceae) capaz de sobreviver e de prosperar em um
ambiente cheio de arsenio. O elemento quimico, ate' entao, era
considerado altamente toxico a todos os seres vivos. Da baleia 'a
bacteria Escherichia coli, passando pelo homem e todos os mamiferos, os
organismos terrestres dependem dos mesmos seis elementos: oxigenio,
carbono, hidrogenio, nitrogenio, fosforo e enxofre. A bacteria que acaba
de ser descrita e' a primeira excecao. E essa inusitada forma de vida
nao foi encontrada em outro planeta, como inicialmente deu a entender o
aviso feito pela Nasa no inicio da semana, de que divulgaria "uma
descoberta em astrobiologia que impactara' a busca por evidencia de vida
extraterrestre". A bacteria foi encontrada mesmo no hipersalino e
altamente toxico lago Mono, na California. Nao e' uma vida
extraterrestre, mas, segundo a Nasa, a descoberta amplia a busca por
formas de vida desconhecidas, tanto na Terra como fora dela. Ate' agora,
a busca tem se voltado a planetas com circunstancias semelhantes 'as que
se consideravam fundamentais para a existencia de vida. Ambientes
venenosos – pelo menos para a maior parte dos habitantes da Terra –,
como lotados de arsenio, passam a contar. A bacteria e' a mais nova
personagem entre os organismos extremofilos, capazes de sobreviver em
condicoes extremas e prejudiciais 'a maioria das formas de vida
terrestres. Apos recolher amostras da bacteria no lago californiano,
Felisa e colegas realizaram experimentos em laboratorio com o organismo.
Verificaram que a GFAJ-1 foi capaz de transformar arsenio em fosfatos e
ate' mesmo dispensar o fosforo. O arsenio substituiu o fosforo ate'
mesmo no DNA da bacteria, que continuou a crescer. "Conheciamos
microrganismos capazes de respirar arsenio, mas agora encontramos um que
faz algo totalmente novo: constroi partes de si mesmo com arsenio. Se
algo aqui na Terra pode fazer algo tao inesperado, o que mais a vida
pode fazer que ainda nao vimos?", disse Felisa. "A definicao de vida
acaba de se expandir. 'A medida que prosseguimos em nossos esforcos para
procurar por sinais de vida no Sistema Solar, teremos que pensar mais
ampla e diversamente e considerar vidas de que nao tinhamos
conhecimento", disse Ed Weiler, administrador da divisao de ciencia da
Nasa. O artigo A Bacterium that Can Grow by Using Arsenic Instead of
Phosphorus (10.1126/science.1197258), de M.Thomas Gilbert e outros, pode
ser lido por assinantes da Science em
www.sciencemag.org/cgi/content/abstract/science.1197258. ( Fonte:
Agencia FAPESP )
Ed: GMM