segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

"Estrela" de Belém


Por:José Roberto V. Costa
Astronomia no Zênite

A história conhecemos muito bem. Afinal, vem sendo contada há mais de dois mil anos e – hoje – é uma das imagens mais marcantes da Festa da Natividade. Contudo, temos condições de saber o que de fato viram os Magos do Oriente?

Uma das primeiras hipóteses foi proposta por Orígenes (183-254 d.C.). Ele supôs que o agora conhecido cometa de Halley teria sido o astro visto pelos Magos. Mas ao se analisar os registros dos chineses, notáveis observadores do céu, verificou-se que a tese do cometa de Halley exigiria um erro de mais de 11 anos na data atribuída ao nascimento de Cristo.Por outro lado, permaneceu a hipótese da Estrela de Belém ter sido um cometa não periódico, de grande brilho.


"Tendo Jesus nascido em Belém de Judéia, em tempo do Rei Herodes, eis que vieram Magos do Oriente a Jerusalém, perguntando: "Onde está o Rei dos Judeus, recém-nascido? Com efeito, vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo."

Mateus 2,1-2


No final do ano de 1572 o astrônomo dinamarquês Tycho-Brahe descobriu uma estrela muito brilhante na constelação de Cassiopéia. Na verdade seu brilho era tanto que o novo astro pôde ser visto mesmo à luz do dia, durante quase 20 meses. Mais tarde esse fenômeno seria batizado de nova e supernova, denominações usadas em Astronomia para designar as estrelas que explodem, aumentando assustadoramente de brilho e depois de algum tempo quase desaparecem do firmamento.
Contemporâneos de Tycho-Brahe viram no astro a mesma estrela que teria guiado os Magos, enquanto outros afirmavam que o fenômeno anunciava a chegada de um segundo Salvador.
Astrônomos encontraram ocorrências de novas na primavera do ano 5 a.C., ano que não está em contradição com o provável nascimento de Jesus, que segundo os teólogos deve ter ocorrido entre os anos 5 e 7 a.C. e não no ano 1, como é comum imaginar. A hipótese da nova, ou supernova, encontra adeptos até os dias atuais.
Esta nebulosa foi tudo o que sobrou da explosão de uma estrela da constelação do Touro.

O céu e os Magos
ASTROS BRILHANTES, COMO O PLANETA VÊNUS – a conhecida Estrela d´Alva, Júpiter e Saturno podem aparecer no céu em posições que nos dão a ilusão de aproximação, fazendo com que seus brilhos se somem.
Os astrônomos chamam isso de conjunção planetária. Uma conjunção tríplice é a sucessão de três aproximações aparentes de dois planetas e, para alguns pesquisadores, este fenômeno de grande importância astrológica pode ter sido a Estrela de Belém.
Parece difícil chegar a qualquer conclusão sobre o assunto. A própria concepção dos três Reis Magos é deficiente. Surgiu no século VI d.C., quando seu número foi fixado devido a natureza de seus presentes. Mas segundo a tradição oriental, foram 12 os Magos que visitaram Jesus. Será, enfim, que eles existiram?
Naturalmente, tais impasses só enriquecem o pensamento humano, ávido pela compreensão não somente da natureza de possíveis fenômenos naturais, mas pelo próprio sentido de nossa existência neste mundo.

Fonte: www.zenite.nu

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Vida como não se conhecia


As chances de existir vida em outros planetas acaba de
aumentar. Pelo menos de acordo com o anuncio feito na tarde desta
quinta-feira (2/12) pela Nasa, a agencia espacial norte-americana, que
destaca a descoberta de um organismo que cresce onde nao se imaginava
que pudesse existir vida. O anuncio, transmitido para todo o mundo pela
internet, refere-se ao estudo feito por Felisa Wolfe-Simon, do Instituto
de Astrobiologia da Nasa, e colegas e publicado na nova edicao da
revista Science. Os cientistas descobriram uma bacteria (linhagem GFAJ-1
da familia Halomonadaceae) capaz de sobreviver e de prosperar em um
ambiente cheio de arsenio. O elemento quimico, ate' entao, era
considerado altamente toxico a todos os seres vivos. Da baleia 'a
bacteria Escherichia coli, passando pelo homem e todos os mamiferos, os
organismos terrestres dependem dos mesmos seis elementos: oxigenio,
carbono, hidrogenio, nitrogenio, fosforo e enxofre. A bacteria que acaba
de ser descrita e' a primeira excecao. E essa inusitada forma de vida
nao foi encontrada em outro planeta, como inicialmente deu a entender o
aviso feito pela Nasa no inicio da semana, de que divulgaria "uma
descoberta em astrobiologia que impactara' a busca por evidencia de vida
extraterrestre". A bacteria foi encontrada mesmo no hipersalino e
altamente toxico lago Mono, na California. Nao e' uma vida
extraterrestre, mas, segundo a Nasa, a descoberta amplia a busca por
formas de vida desconhecidas, tanto na Terra como fora dela. Ate' agora,
a busca tem se voltado a planetas com circunstancias semelhantes 'as que
se consideravam fundamentais para a existencia de vida. Ambientes
venenosos – pelo menos para a maior parte dos habitantes da Terra –,
como lotados de arsenio, passam a contar. A bacteria e' a mais nova
personagem entre os organismos extremofilos, capazes de sobreviver em
condicoes extremas e prejudiciais 'a maioria das formas de vida
terrestres. Apos recolher amostras da bacteria no lago californiano,
Felisa e colegas realizaram experimentos em laboratorio com o organismo.
Verificaram que a GFAJ-1 foi capaz de transformar arsenio em fosfatos e
ate' mesmo dispensar o fosforo. O arsenio substituiu o fosforo ate'
mesmo no DNA da bacteria, que continuou a crescer. "Conheciamos
microrganismos capazes de respirar arsenio, mas agora encontramos um que
faz algo totalmente novo: constroi partes de si mesmo com arsenio. Se
algo aqui na Terra pode fazer algo tao inesperado, o que mais a vida
pode fazer que ainda nao vimos?", disse Felisa. "A definicao de vida
acaba de se expandir. 'A medida que prosseguimos em nossos esforcos para
procurar por sinais de vida no Sistema Solar, teremos que pensar mais
ampla e diversamente e considerar vidas de que nao tinhamos
conhecimento", disse Ed Weiler, administrador da divisao de ciencia da
Nasa. O artigo A Bacterium that Can Grow by Using Arsenic Instead of
Phosphorus (10.1126/science.1197258), de M.Thomas Gilbert e outros, pode
ser lido por assinantes da Science em
www.sciencemag.org/cgi/content/abstract/science.1197258. ( Fonte:
Agencia FAPESP )
Ed: GMM

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Descoberto Oxigênio em lua de Saturno


Washington, 26 nov (EFE).- A sonda Cassini detectou oxigênio e dióxido de carbono em Rhea, a lua gelada de Saturno, mas não o suficiente para que haja condição de vida humana, informou nesta sexta-feira a Nasa.
Esta é a primeira vez que um orbitador capta diretamente com seus instrumentos moléculas de oxigênio na atmosfera, mas os cientistas afirmaram que ela é muito pequena e a densidade de oxigênio é cinco trilhões de vezes inferior à da Terra.
No entanto, a formação de oxigênio e dióxido de carbono poderia mostrar uma complexa unidade química das superfícies de outros corpos gelados no Universo.
"Os novos resultados sugerem que processos químicos mais complexos, que incluem oxigênio, podem ser bastante comuns em todo o sistema solar e, inclusive, no nosso universo", disse Ben Teolis, um cientista da equipe da Cassini com base no Southwest Research Institute, em San Antonio.
"A Rhea está se mostrando muito mais interessante do que tínhamos imaginado", disse Linda Spilker, cientista do projeto Cassini do Laboratório da propulsão do jato (JPL), em Pasadena, Califórnia.
A tênue atmosfera com oxigênio e dióxido de carbono faz com que a Rhea, segunda maior lua de Saturno, seja a única desse tipo no sistema do planeta. A Titã, outra de suas luas, tem uma densa atmosfera de nitrogênio e metano, mas muito pouco dióxido de carbono e oxigênio.
Os cientistas suspeitaram que a Rhea poderia ter uma fina atmosfera com oxigênio e dióxido de carbono, baseado em observações a distância das luas geladas de Júpiter pela sonda Galileu da Nasa e o Telescópio Espacial Hubble.
Outras observações de Cassini detectaram oxigênio de partículas geladas nos anéis de Saturno mas, até agora, não tinha captado oxigênio e o dióxido de carbono na exosfera da Rhea, até que a Nasa aproximou a sonda a 101 quilômetros de distância.
A sonda Cassini, que orbita Saturno, é um projeto da Nasa, com a Agência Espacial Europeia (ESA) e a italiana ASI.

Fonte: Agência EFE

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Robô com canhão laser em Marte


O novo robô espacial da missão, chamado Curiosidade, já começou a ser construído, e sua montagem está sendo mostrada ao vivo pela internet - veja NASA mostra ao vivo construção do robô que irá a Marte.

O instrumento ChemCam utiliza um feixe de laser pulsado para vaporizar uma rocha, produzindo um clarão de luz emitida pelo material ionizado - um plasma - que pode então ser analisado para identificar os elementos químicos presentes.

É essa bola de plasma luminosa que se pode ver na imagem, emergindo da superfície de um cristal de pirita (minério de ferro). O cristal está colocado a cerca de 3 metros do aparelho. O feixe de laser propriamente dito é invisível.

Canhão de laser

A ChemCam vai fazer o mesmo em Marte, disparando um laser e analisando a composição química dos materiais vaporizados da superfície das rochas e dos solos marcianos.

Logo depois que o alvo é atingido - um ponto preciso com cerca de um milímetro de diâmetro - um espectrógrafo a bordo do robô Curiosidade irá fornecer detalhes sem precedentes sobre os minerais e as microestruturas presentes nas rochas, por meio da medição da composição do plasma resultante - um gás extremamente quente, feito de íons e elétrons flutuando livremente.

A ChemCam irá usar seu laser também para varrer a poeira das rochas marcianas, para que uma outra câmera possa obter imagens extremamente detalhadas. A câmera será capaz de captar detalhes de 5 a 10 vezes menores do que os visíveis pelas câmeras dos robôs Spirit e Opportunity, que começou a explorar o planeta vermelho em janeiro de 2004.

Curiosidade remota

No caso do robozão Curiosidade - que tem o tamanho de um carro popular e pesa quase uma tonelada - não poder chegar até um afloramento de rocha de interesse, a ChemCam terá a capacidade para analisá-lo à distância.
A uma distância de 1 a 9 metros, a ChemCam será capaz de:

identificar rapidamente o tipo de rocha - por exemplo, se ela é de origem vulcânica ou sedimentar;
determinar a composição das rochas e dos solos;
medir a concentração de todos os elementos químicos, incluindo os elementos-traço (oligoelementos) e aqueles que possam ser perigosos para os seres humanos;
reconhecer gelo e sais minerais com moléculas de água em suas estruturas cristalinas;
medir a profundidade e a composição da camada de intemperismo sobre as rochas;
prestar assistência visual durante a perfuração de amostras de rocha.

ChemCam é uma abreviatura para o nome completo do instrumento, que é Laser-Induced Remote Sensing for Chemistry and Micro-Imaging - sensoriamento remoto induzido por laser para análises químicas e microimageamento.

Fonte: Redação Site Inovação Tecnólogica

domingo, 21 de novembro de 2010

Sonda encontra mineral extraterreste


Poeira de asteroide

Depois de uma reentrada espetacular na atmosfera da Terra, houve grande decepção quando se descobriu que a cápsula da sonda japonesa Hayabusa estava praticamente vazia.

Ela deveria estar cheia de pó de rocha escavada do asteroide Itokawa, sobre o qual a Hayabusa fez um pouso acidentado em 2005.

Mas uma análise mais detalhada revelou que a cápsula não estava totalmente vazia.

E ela não só continha 1.500 partículas de poeira de asteroide, como algumas dessas partículas contêm pelo menos um mineral que não existe naturalmente na Terra.

A maioria das partículas mede menos do que 10 micrômetros de diâmetro, e só foram identificadas com o uso de um microscópio eletrônico.

Mineral extraterrestre

Mas como os técnicos descobriram que a poeira no interior da cápsula era mesmo do asteroide, e não fruto de contaminação aqui da Terra mesmo?

Pela abundância relativa dos elementos químicos e dos minerais presentes nos grãos e porque os minerais são consistentes com os dados coletados pelos outros instrumentos científicos a bordo da sonda Hayabusa.

Alguns minerais, como olivina e plagioclásio, são comuns na superfície da Terra, mas também são encontrados em meteoritos.

Já a troilita, um sulfeto de ferro, não existe na superfície da Terra.

A partir de agora, serão anos de estudos e análises, em busca de informações que poderão dar pistas sobre a formação do Sistema Solar, o que transformará os minúsculos resíduos de asteroide na poeira mais estudada até hoje.

Missões a asteroides

Apesar dos problemas, a agência espacial japonesa considera que a missão teve um nível de sucesso muito elevado, a ponto de estar considerando construir outra sonda idêntica, uma espécie de Hayabusa 2, na tentativa de trazer mais amostras de asteroide.

Além de informações sobre a formação do Sistema Solar, conhecer a composição desses corpos celestes errantes pode dar informações valiosas caso algum deles entre em rota de colisão com a Terra e precise ser destruído.

A NASA também planeja enviar uma sonda robótica para pousar em um asteroide. Outra ideia, de mais longo prazo, é a transformação de uma parte da Estação Espacial Internacional em uma nave, que levaria astronautas humanos para explorar um asteroide maior.

Fonte: Redação do site Inovação Tecnológica/17-11-2010

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Universo está repleto de outras Terras


Cerca de 23 por cento das estrelas semelhantes ao Sol podem ter pelo menos um planeta do tamanho da Terra.

Andrew Howard e seus colegas do telescópio Keck, no Havaí, usaram medições Doppler para estudar 166 estrelas semelhantes ao Sol em busca de planetas com massas entre três e 1.000 vezes o tamanho da Terra.

Outras Terras

Os astrônomos encontraram um total de 33 planetas orbitando em torno de 22 das estrelas estudadas, uma proporção muito mais elevada do que qualquer previsão anterior.

Também ao contrário do que se previa, não há uma "falta de planetas" com massas de cinco a 30 vezes a da Terra, como modelos anteriormente previram.

Quanto às "outras terras", os resultados confirmam que a ocorrência de planetas tende a aumentar - e não a diminuir - conforme diminui a massa dos planetas. Pelos cálculos da equipe, planetas do tamanho de Netuno para baixo são muito mais comuns que os planetas gigantes gasosos, como Júpiter.

Se os cálculos estiverem corretos, isto significa que sistemas planetários como o nosso Sistema Solar são comuns e que quase um quarto de todas as estrelas parecidas com o Sol pode ter planetas de tamanho semelhante ao da Terra.

Estimativa fundamentada

Os astrônomos estudaram 166 estrelas das classes G e K localizadas a até 80 anos-luz da Terra.

O Sol é a mais conhecida estrela do tipo G, que são amarelas. As estrelas do tipo K são um pouco menores e têm cor laranja ou vermelha.

O estudo procurou determinar a quantidade, a massa e a distância orbital dos planetas dessas estrelas. O trabalho usou tanto observações diretas quanto estimativas, uma vez que, das estrelas analisadas, apenas 22 têm planetas que já foram detectados diretamente.

"De cada 100 estrelas parecidas com o Sol, uma ou duas têm planetas com massa semelhante à de Júpiter, seis parecidas com a de Netuno e 12 têm entre três e dez vezes a massa terrestre. Se extrapolarmos a relação para planetas do tamanho da Terra, podemos estimar que encontraremos cerca de 23 deles para cada 100 estrelas", disse Howard.

"Essa é a primeira estimativa, baseada em medidas reais, da fração de estrelas que têm planetas do tamanho da Terra", destacou Geoffrey Marcy, também de Berkeley e coautor do estudo.

Busca por exoplanetas

"Isto significa que, quando a Nasa desenvolver novas técnicas na próxima década para tentar encontrar planetas com tamanho realmente parecido com o da Terra, não será preciso procurar muito", disse Howard.

A NASA já tem uma fortíssima carta na manga para essa busca: o telescópio espacial Kepler, lançado em Março deste ano.

A missão primária do Kepler é encontrar planetas semelhantes à Terra - planetas rochosos que orbitam estrelas parecidas com o Sol em uma zona quente, onde a água possa se manter sobre a superfície em estado líquido - veja mais em Telescópio espacial Kepler vai começar busca por outras Terras.

Há cerca de um mês, um grupo de astrônomos anunciou a descoberta do primeiro exoplaneta dentro da "zona habitável". O resultado, contudo, vem sendo questionado por outros astrônomos, que afirmam não estarem conseguindo repetir a detecção.

Bibliografia:

The Occurrence and Mass Distribution of Close-in Super-Earths, Neptunes, and Jupiters
Andrew W. Howard, Geoffrey W. Marcy, John Asher Johnson, Debra A. Fischer, Jason T. Wright, Howard Isaacson, Jeff A. Valenti, Jay Anderson, Doug N. C. Lin, Shigeru Ida
Science
29 October 2010
Vol.: //doi
DOI: //topicos

domingo, 17 de outubro de 2010

II Noite das Estrelas


No último dia 2 do corrente mês, os integrantes do Clube Dorense de Astronomia Órion realizaram a II Noite das Estrelas, na serra do Boqueirão, situada a cerca de 6km do centro de Nossa Senhora das Dores-SE. O grupo se dirigiu ao local às 17:00h com o objetivo de filmar e fotografar o pôr-do-sol, que atingiu o ocaso às 17:24h num espetáculo de rara beleza testemunhado por todos que estavam presentes ao momento.
Logo após o ocaso do Sol, seguiu-se a observação através do super telescópio órion, um newtoniano de 180mm. Na ocasião, foram observados os planetas Vênus (em fase, semelhante a um fino crescente lunar), o planeta jùpiter e suas luas galileanas, estrelas e aglomerados. Todos ficaram encantados com o que puderam visualizar do alto da serra. Foi uma experiência extremamente prazerosa para o grupo, que já se comprometeu a repetir o evento e atrair cada vez mais pessoas para desfrutarem desse privilégio, que só a Astronomia pode oferecer.
Veja fotos ao lado.

Por: Nilson S. Santos

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Exoplaneta em zona habitável


Uma equipe de caçadores de planetas liderada por astrônomos da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, e da Instituição Carnegie, de Washington, anunciaram a descoberta de um exoplaneta situado na "zona habitável" em volta de sua estrela.

O planeta, com três vezes a massa da Terra, orbita uma estrela relativamente próxima, a uma distância que o coloca bem no meio da zona habitável - a região cujas temperaturas permitem a existência de água líquida na superfície do planeta.

Exoplaneta habitável

Se as observações iniciais forem confirmadas, este pode ser o exoplaneta mais parecido com a Terra já descoberto e o primeiro forte candidato para ser potencialmente habitável.

Para os astrônomos, um planeta "potencialmente habitável" é um planeta capaz de sustentar a vida, mas não necessariamente seria algo que os humanos considerariam um lugar agradável para viver.

A habitabilidade depende de muitos fatores, mas a água líquida e uma atmosfera estão entre os mais importantes.

"Nossos resultados oferecem um caso muito convincente para um planeta potencialmente habitável," disse Steven Vogt, membro da equipe. "O fato de termos sido capazes de detectar esse planeta tão rapidamente e tão perto nos diz que planetas como este devem ser muito comuns."

Sistema Gliese 581

O planeta foi encontrado ao redor da mesma estrela onde já havia sido encontrado o exoplaneta mais parecido com a Terra até então.

Os cientistas descobriram na verdade dois novos planetas ao redor da estrela Gliese 581, elevando o total de planetas no sistema para seis.

A estrela Gliese 581 está localizada a 20 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Libra.

Dois planetas detectados anteriormente em torno da estrela ficam nas bordas da zona habitável, um no lado quente (planeta 581c) e outro no lado frio (planeta 581d). Embora alguns astrônomos ainda acreditem que o planeta 581d possa ser habitável se ele tiver uma atmosfera densa, com um forte efeito estufa para aquecê-lo, outros são céticos.

Já o recém-descoberto Gliese 581g fica exatamente entre os outros dois, em um ponto muito interessante, bem no meio da zona habitável.

Gliese 581g

O Gliese 581g tem uma massa de três a quatro vezes a da Terra e um período orbital de menos de 37 dias. Sua massa indica que ele é provavelmente um planeta rochoso, com uma superfície definida e com uma gravidade suficiente para reter uma atmosfera.

O planeta 581g tem uma posição fixa em relação à estrela, o que significa que um lado está sempre voltado para a estrela, em um dia eterno, enquanto o lado está voltado para longe da estrela, em perpétua escuridão.

Segundo os pesquisadores, a zona mais habitável na superfície do planeta seria a linha entre a sombra e a luz, que apresentaria uma temperatura média, estimada entre -31 e -12 graus Celsius.

Se o Gliese 581g tiver mesmo uma composição rochosa semelhante à da Terra, seu diâmetro seria de cerca de 1,2 a 1,4 vez o da Terra. A gravidade seria a mesma ou ligeiramente maior que a da Terra.

Vida fora da Terra

Os astrônomos estão surpresos com a rapidez com que estão sendo encontrados planetas com capacidade de sustentar vida.

Há poucos anos, falar de planetas habitáveis ao redor de outras estrelas era sinônimo de falar de alienígenas - daí para ETs e discos voadores era uma questão de alguns cochichos, o que poderia arruinar a carreira de um cientista.

"Se eles fossem raros, não deveríamos ter encontrado um de forma tão rápida e tão perto," disse Vogt. "O número de sistemas com planetas potencialmente habitáveis é provavelmente da ordem de 10 ou 20 por cento, e quando você multiplica isso por centenas de bilhões de estrelas só na Via Láctea, isto dá um número grande. Pode haver dezenas de bilhões desses sistemas em nossa galáxia."

As descobertas mais recentes já deram aos cientistas o embasamento e a coragem suficientes para falar de vida fora da Terra. Mas, por enquanto, eles afirmam que essa vida deve estar na forma de extremófilos, organismos muito simples, capazes de viver em condições ambientais extremas em relação ao clima da Terra.

Mas, se os cálculos indicam números tão elevados de planetas habitáveis dispersos apenas em nossa galáxia, também esse discurso logo poderá ser atualizado.

Fonte:Boletim Eletrônico/Inovação Tecnológica em 30/09/2010.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Oficina de Foguetes


No último sábado, 18, a turma da 7ª série A do Colégio General Calazans teve seu momento de fazer foguete de garrafa pet. O professor Nilson convocou a turma para uma oficina e os alunos compareceram em massa para a atividade. Das 8:00h às 12:00h foi o momento de pôr a mão na massa e construir os foguetes. Utilizando os materiais solicitados, cada grupo confeccionou seu próprio artefato, enfeitando a critério de cada um. O passo seguinte foi sair da escola para os lançamentos que, mesmo sob chuva foram um sucesso entre a garotada. Alguns foguetes foram arremessados a aproximadamente 100m de distância e os protagonistas do feito foram agraciados com um exemplar do livro "Fascínio do Universo". Esta atividade foi uma preparação para a olimpíada a ser ainda marcada entre os alunos do General Calazans.

Parabens a todos que participaram da atividade. Ver fotos.


Por: Nilson S. Santos

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Astrônomos descobrem uma nova classe de buracos negros

Esta é uma impressão artística do HLX-1, representado pelo objeto de luz azul no canto superior esquerdo, localizado na borda da galáxia ESO 243-49.[Imagem: Heidi Sagerud]


Buraco negro médio

Há cerca de um ano, astrônomos europeus e norte-americanos descobriram um buraco negro pesando mais de 500 massas solares.

Localizado a milhões de anos-luz de distância, ele foi batizado de HLX-1 (Hyper-Luminous X-ray source 1: fonte de raios X hiperluminosa 1).

Agora, cientistas da França, Reino Unido e Estados Unidos acreditam ter encontrado uma comprovação da distância e do brilho desta fonte ultraluminosa de raios X, confirmando que ela realmente está localizada em uma galáxia vizinha.

Os resultados demonstram que o HLX-1 não está nem na nossa própria galáxia e nem é um buraco negro gigante no centro de uma galáxia distante - ou seja, trata-se de uma nova classe de buracos negros, até agora desconhecida.

Os astrônomos sempre desconfiaram da existência de uma classe intermediária de buracos negros, maiores do que os buracos negros estelares e menores do que os buracos negros supermaciços existentes no núcleo das galáxias. Mas, até agora, ninguém havia conseguido encontrar nenhum espécime desses.

Caça aos buracos negros

Os astrônomos afirmam que o HLX-1 é o mais membro mais radical de uma família de objetos astronômicos situados na galáxia ESO 243-49, localizada a 290 milhões de anos-luz da Terra.

Sua luminosidade supera a média dos outros objetos celestes de sua classe por um fator de 100, sendo ainda 10 vezes mais luminoso do que o segundo colocado.

Com isto, os astrônomos estão tendo que rever suas teorias sobre o brilho máximo das fontes ultraluminosas de raios X. A descoberta também dá suporte à ideia de que um buraco negro de massa intermediária pode realmente existir dentro do HLX-1. Até agora, contudo, os cientistas não conseguiram detectar esse buraco negro.

A equipe agora pretende investigar se há mais objetos tão extremos quanto o HLX-1 e comparar os dados sobre ele com os dados de outras grandes fontes ultraluminosas de raios X. Isto poderá ajudá-los a entender a existência de buracos negros de massa intermediária, além de ajudar a determinar a sua localização exata.

Vicente Mateus Santana
Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/09/2010

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

VII EREA em Caucaia-CE

De 17 a 21 de agosto, aconteceu em Caucaia-CE, o VII Encontro Regional de Ensino de Astronomia (EREA), organizado pela Secretaria Municipal de Educação em parceria com outras instituições, como a AEB (Agência Espacial Brasileira), Ministério da Ciência e Tecnologia, OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica), com o objetivo de promover atividades destinadas à capacitação de professores na área de ensino de Astronomia, Astronáutica e ciências afins.
O evento contou com uma vasta programação e a participação de cientistas, pesquisadores, ministrantes de oficinas e a presença marcante do astronauta Marcos Pontes. Para nós, do Clube Dorense de Astronomia Órion, foi mais uma experiência notável levar o nosso conhecimento através das oficinas de construção e lançamento de foguetes aos colegas professores cearenses, pela segunda vez.
Durante toda a semana, no período da manhã, ocorreram palestras com pesquisadores convidados. Á tarde, as oficinas de montagem de lunetas, modelos astronômicos, experimentos científicos e montagem de plataformas para lançamento dos foguetes de garrafa PET. À noite, os participantes realizavam observações dos astros através das lunetas montadas e outros telescópios disponibilizados para a atividade.
Queremos aqui registrar nosso agradecimento aos organizadores do evento pelo convite e reafirmar que sempre estaremos dispostos a contribuir com a divulgação e popularização das ciências espaciais a todos que assim desejarem. Portanto, ao Dermeval, à Zenaide, Edgardo, professor Canalle e todos que acreditam em nosso trabalho, nossos sinceros agradecimentos. (ver fotos do VII EREA)

Por: Nilson S. Santos
Clube Dorense de Astronomia Órion

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Medo e Religião


O registro da suposta observação de um OVNI (Objeto Voador Não Identificado) por tripulantes de um avião militar britânico durante a Segunda Guerra Mundial foi mantido em segredo por determinação do então primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Winston Churchill, que acreditava que o relato poderia causar pânico na população.
A história foi revelada por documentos do Ministério da Defesa da Grã-Bretanha divulgados nesta quinta-feira pelos Arquivos Nacionais do país.
Segundo os relatos, Churchill determinou que o registro sobre a suposta aparição do objeto voador não identificado permanecesse secreto por 50 anos.
"Churchill acreditava que a divulgação do ocorrido poderia criar pânico em massa e abalar as crenças religiosas", afirmou Nick Pope, um ex-investigador do Ministério da Defesa britânico especializado em OVNIs.
Documentos destruídos
Os arquivos também mostram que, nos anos 1950, o governo britânico levava a questão tão a sério que chegou a reunir chefes dos serviços de inteligência para discutir relatos sobre a presença de OVNIs em seu espaço aéreo.
Segundo Pope, a maior parte da documentação referente às supostas aparições de objetos não identificados no período foi destruída.
Sabe-se, porém, que o governo britânico chegou a pedir relatórios semanais sobre os registros de aparições ao comitê de especialistas em inteligência encarregados de investigações nas áreas de segurança, defesa e assuntos internacionais.
A documentação divulgada nesta quinta-feira é a mais recente série de arquivos liberada ao público como parte de uma parceria de três anos entre o Ministério da Defesa e os Arquivos Nacionais da Grã-Bretanha.
Os documentos incluem um trecho do chamado Livro Vermelho - relato semanal realizado por serviços de inteligência - que diz que não foram encontradas explicações para quatro aparições de objetos não identificados registradas por radares da aeronáutica britânica.
Casos de OVNIs
Entre as mais de 5 mil páginas dos arquivos, está também o relato de um piloto que diz que seu Boeing 737 quase colidiu com um objeto não identificado quando se preparava para pousar no aeroporto de Manchester em 1995.
Entre outros registros, há ainda o caso da equipe de resgate acionada para investigar um OVNI que supostamente teria colidido nas montanhas de Berwyn, no País de Gales, em 1974.
O arquivo inclui também o filme em que um suposto "homem do espaço" é flagrado durante os registros de testes para o lançamento de um míssil, em 1964.
Fonte:BBC, acesso em 05-08-2010

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Descoberta de vida em Marte?


Uma equipe internacional de cientistas, com participação do geólogo brasileiro Carlos de Souza Filho, da Unicamp, identificou rochas que, acreditam eles, podem conter restos fossilizados de vida em Marte. O professor Souza Filho trabalha há vários anos em colaboração com equipes ligadas à NASA, efetuando comparações entre Marte e a Terra, em busca de indícios de vida e da presença de minerais.
A equipe de pesquisadores identificou rochas antigas da Nili Fossae, uma das fossas existentes na superfície do planeta. O trabalho dos pesquisadores revelou que essa vala em Marte é equivalente a uma região na Austrália, onde algumas das mais antigas evidências de vida na Terra haviam sido enterradas e preservadas em forma mineral.
A equipe, coordenada por um cientista do Instituto para Busca de Inteligência Extraterrestre (Seti, na sigla em inglês), da Califórnia, acredita que os mesmos processos hidrotermais que preservaram as evidências de vida na Terra podem ter ocorrido em Marte na Nili Fossae. As rochas têm até 4 bilhões de anos, o que significa que elas já existiam nos últimos três quartos da história de Marte.
Carbonatos
Quando, em 2008, cientistas descobriram carbonatos nessas rochas de Marte, provocaram grande alvoroço na comunidade científica, já que os carbonatos eram procurados havia tempos como prova definitiva de que o planeta vermelho era habitável e que poderia ter existido vida por lá. Os carbonatos são produzidos pela decomposição de material orgânico enterrado, se esse material não é transformado em hidrocarbonetos. O mineral é produzido pelos restos fossilizados de carapaças e ossos, e permite uma maneira de investigar a vida que existia nos primórdios da Terra.
Semelhanças entre Marte e Terra
O coordenador do estudo, Adrian Brown, usou um instrumento a bordo da sonda espacial MRO, da Nasa, para estudar as rochas da Nili Fossae com raios infravermelhos. Eles depois usaram a mesma técnica para estudar rochas na área do noroeste da Austrália chamada Pilbara. "Pilbara é uma parte da Terra que conseguiu se manter na superfície por uns 3,5 bilhões de anos, ou três quartos da história do planeta", disse Brown à BBC. "Isso permite a nós termos uma pequena janela para observar o que estava acontecendo na Terra em seus estágios iniciais", explicou.
Os cientistas acreditam que micróbios formaram há bilhões de anos algumas das características distintivas das rochas de Pilbara. O novo estudo revelou que as rochas da Nili Fossae são muito semelhantes às rochas de Pilbara em sua composição mineral. Brown e seus colegas acreditam que isso mostra que os vestígios de vida que possa ter existido no início da história de Marte podem estar enterrados nesse local. "Se havia vida suficiente para formar camadas, para produzir corais ou algum tipo de bolsões de micróbios, enterrados em Marte, a mesma dinâmica que ocorreu na Terra pode ter ocorrido ali", disse. Por isso, segundo ele, que os dois locais são tão parecidos.
Pouso em Marte
Brown e muitos outros cientistas esperavam que poderiam logo ter a oportunidade de estudar mais de perto as rochas de Nili Fossae. O local havia sido marcado como um potencial local de pouso de uma nova missão para Marte, a ser lançada em 2011 pela Nasa. Mas o local foi posteriormente considerado muito perigoso para um pouso e acabou removido da lista da Nasa em junho deste ano. "O robô da Nasa acabará visitando outro local interessante quando pousar, mas esse local é o que deveríamos checar para descobrir se havia vida nos primórdios de Marte", lamenta Brown.
Fonte:Hydrothermal formation of Clay-Carbonate alteration assemblages in the Nili Fossae region of Mars
Adrian J. Brown, Simon J. Hook, Alice M. Baldridge, James K. Crowley, Nathan T. Bridges, Bradley J. Thomson, Giles M. Marion, Carlos R. de Souza Filho, Janice L. Bishop
Earth and Planetary Science Letters
July 2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Reconquistando a Lua


Descoberta de moléculas de água misturadas à areia lunar, descoberta de gelo em crateras lunares. O que isto significa para a ciência moderna?
Vejam vocês. Nesta semana, dia 20 de julho, comemoramos 41 anos da grande epopéia que levou o homem pela primeira vez a um ambiente totalmente alienígina: o solo lunar. Se não fosse pela interrupção das viagens lunares, certamente hoje já haveriam pessoas morando na Lua. Infelismente outros acontecimentos aqui na Terra desviaram a atenção das nações que detêm a tecnologia para tal fim e, ao invés de dar prosseguimento à colonização do nosso satélite natural, preferiu-se "investir" vultosas quantias de dinheiro em armas, guerras, espionagens etc.
Quarenta anos depois da primeira aterrissagem lunar, o mundo volta a apontar os olhos para a Lua. Agora, com possibilidades mais interessantes de exploração. Entre essas possibilidades, a descoberta de gelo de água e moléculas de H20, fonte promissoras e indispensavéis para a sobrevivência humana nesse novo mundo a ser futuramente habitado pelo ser humano.
Agora, não á apenas uma nação que pode realizar tal façanha de enviar sondas de pesquisa ou construir foguetes capazes de levar o homem até aquele fantástico e desolador mundo extraterrestre situado no nosso quintal, isto é, tão próximo do nosso planeta.
A Agência Espacial Europeia começou sua investida com a sonda orbitadora Smart-1, lançada em 2003, para mapear os recursos minerais lunares. No ano seguinte, a Nasa anunciaria planos de voltar à Lua com astronautas até 2020, mas o projeto foi recentemente suspenso pelo presidente americano Barack Obama. Mesmo assim, isso não impediu que a Nasa desenvolvesse um orbitador, o Lunar Reconnaissance Orbiter, lançado em junho de 2009 e atualmente em operação ao redor do satélite, e a missão de colisão que detectou água numa cratera lunar, a LCROSS.
Do outro lado do mundo, a Agência Espacial Indiana preparava sua primeira missão lunar não-tripulada, a sonda Chandrayaan-1, que foi lançada em 2008 e descobriu a presença de moléculas de água misturadas à poeira do solo lunar, deixando a comunidade científica internacional em polvorosa.
Segundo Jack Burns, astrofísico da Universidade do Colorado (EUA),"essa descoberta produz uma reviravolta para a ciência lunar e essa é possivelmente a mais significativa descoberta desde as missões Apollo."

A água serviria não só para o consumo direto dos astronautas, mas poderia ser facilmente convertida em oxigênio (para respiração) e hidrogênio (combustível para foguetes). Caso uma base lunar pudesse contar com água de fontes locais, mantê-la por tempo indefinido, sem depender de mantimentos enviados da Terra, seria muito mais fácil.
Para que uma base na Lua?
Por várias razões. Por exemplo:realizar mineração para obter, entre outros materiais raros, uma substância chamada hélio-3,combustível ideal para as futuras usinas de fusão nuclear. Essa tecnologia criaria energia limpa, barata e inesgotável, usando a mesma técnica que produz a energia do interior das estrelas. Ninguém conseguiu desenvolver esse sistema de forma eficiente, até hoje; há muitas oportunidades para desenvolvimento científico na Lua. Telescópios instalados por lá poderiam, por exemplo, passar vários dias seguidos apontados para o mesmo objeto, sem uma atmosfera para atrapalhar as observações; na busca por sinais de civilizações extraterrestres, o satélite natural seria fundamental: seu lado afastado da Terra é o único lugar do Sistema Solar protegido da interferência de sinais de rádio emitidos por nossa própria civilização.
Por fim,, a Lua pode ser o ponto de partida para a conquista de astros mais distantes. É um ambiente perfeito para testar equipamentos e procedimentos numa missão lunar. Enquanto nosso satélite natural pode ser visitado numa viagem de três dias, a jornada até o planeta vermelho levaria cerca de seis meses. Quem tiver um pé fincado na Lua estará muito mais próximo de se tornar uma nação que estendeu sua dominação e capacidade de explorar recursos além de suas fronteiras no globo terrestre. Os indianos, chineses e japoneses estão se propondo a entrar nessa nova corrida espacial. É isso mesmo, tem cara nova no espaço. Agora falta o Brasil tomar rumo no seu programa espacial e se habilitar também a fazer parte dessa seleção de países.

Por: Nilson S. Santos, CDA ORION

terça-feira, 13 de julho de 2010

Eclipse total do Sol


Neste domingo, 11 de julho, enquanto o mundo estava ligado na final do mundial de futebol, centenas de turistas e cientistas assistiam a um eclipse total na ilha de Páscoa, na costa do Chile, aquela mesma famosa pelas estátuas gigantescas construídas de pedra.
Este eclipse solar foi o segundo e último do ano. Do Brasil, não foi possível observá-lo, sendo visto apenas de algumas ilhas do Pacífico Sul. O fenômeno começou por volta das 15:15h (horário de Brasília), atingindo a totalidade às 19:30h (GMT/UTC), sendo esse horário, subtraído de 3h para o Brasil.
O fenômeno ocorre quando o Sol e a Lua se alinham com a Terra. Pelo fato de o Sol ser aproximadamente 400 maior que a Lua e estar a uma distância praticamente equivalente, em relação ao nosso planeta, o tamanho da Lua e do Sol acaba coincidindo e ocasionando esse efeito de ocultação, que pode ser total, parcial ou anular.
Um eclipse total do Sol dura, em média, 7 minutos e meio. Este durou pouco mais de 5 minutos em sua totalidade, no meio do oceano Pacífico.
Para o Brasil, só teremos eclipses solares visíveis em 2013 e 1017. Vale a pena esperar e quem viver, verá! Porém, a Lua nos dará um espetáculo semelhante ainda este ano, ou seja, no dia 21 de dezembro teremos um eclipse total lunar que será visto de todo o litoral leste brasileiro e poderemos contemplá-lo, caso as condições temporais favoreçam.
Por: Nilson S. Santos, graduado em Geografia, Pós-graduando em Educação Ambiental, astrônomo amador e coordenador do Clube Dorense de Astronomia Órion.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Vênus já foi um planeta habitável?


Você já viu Vênus? Se ainda não, é só olhar para o ocaso (poente) e logo que o Sol ficar abaixo da linha do horizonte, você verá um objeto grande e muito brilhante, parecendo uma grande estrela. Na verdade, trata-se do astro mais próximo da Terra, depois da Lua, é o planeta Vênus.
Observá-lo a olho nú é mais interessante do que pelo telescópio, pois sua atmosfera extremamente densa não apresenta muitos detalhes ao ser observado com equipamento óptico. O detalhe mais interessante que se pode ver é quando está apresentando "fases" semelhantes à nossa lua.
O nome Vênus, é uma referência à deusa da beleza na mitologia grega, porém, este conceito de beleza é fortemente contestado, quando se trata daquele astro. Ele é bonito e atraente somente pelo seu brilho, mas não pelas suas condições físicas atuais. Por exemplo, se você acredita em inferno, saiba que é em Vênus onde há a melhor possibilidade para isto. Como dizem que o inferno arde em calor, então aqui está um forte candidato com temperaturas que ultrapassam os 400ºC, dá para imaginar!? Porém, parece que nem sempre foi assim. Veja o que a Agência Espacial Europeia (ESA) descobriu recentemente, leia a seguir.
A sonda espacial Vênus Express, da Agência Espacial Europeia (ESA), está dando aos astrônomos informações que parecem sustentar a possibilidade de Vênus ter tido condições de vida no passado. Caso essa possibilidade se confirme, a história do planeta pode ter começado como um planeta habitável muito semelhante à Terra atual.
Hoje, a Terra e Vênus são completamente diferentes. A Terra é um mundo luxuriante, repleto de vida, enquanto Vênus é literalmente infernal, com a sua superfície fervendo a temperaturas superiores às de um forno de cozinha.
Apesar das diferenças, os dois planetas partilham inúmeras semelhanças - por exemplo, eles têm praticamente o mesmo tamanho. Agora, graças à Vênus Express, os cientistas planetários estão verificando que há outras semelhanças.
"A composição elementar de Vênus e da Terra é muito semelhante", diz Hakan Svedhem, cientista da Vênus Express, referindo-se à quantidade de cada elemento químico presente nos dois planetas.

Águas de Vênus
Mas há também diferenças radicais, uma das quais salta à vista: Vênus tem muito pouca água.
Se a água dos oceanos terrestres fosse espalhada uniformemente pela superfície da Terra seria formada uma camada com 3 km de profundidade. Se todo o vapor de água presente na atmosfera de Vênus pudesse ser condensada, formar-se-ia um lago raso pelo planeta, com meros 3 cm de profundidade.
Mas pode ter havido semelhanças também na água - pelo menos no passado. Há bilhões de anos, Vênus tinha provavelmente muito mais água: a Vênus Express confirmou que o planeta perde uma grande quantidade de água para o espaço.
Isto acontece porque a radiação ultravioleta do Sol atravessa a atmosfera de Vênus, quebrando as moléculas em dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. E estes átomos acabam escapando para o espaço.
Esse processo de "vazamento da atmosfera" também acontece na Terra - veja Milhares de toneladas da atmosfera são perdidas no espaço anualmente.
A Vênus Express mediu a taxa com que estes gases escapam de Vênus e confirmou que a taxa de escape do hidrogênio é duas vezes superior à do oxigênio. Foi esta relação de dois para um, a mesma proporção entre átomos de hidrogênio e oxigênio na molécula de água, que fez os cientistas concluírem que a água é a fonte desses íons que vazam do planeta para o espaço.

Oceanos de Vênus
Adicionalmente, eles verificaram que uma forma de hidrogênio pesado, chamado deutério, está tendo sua concentração progressivamente nas camadas mais elevadas da atmosfera de Vênus, já que, para o hidrogênio pesado, não é tão fácil escapar.
"Tudo indica que tenha havido grandes quantidades de água em Vênus, no passado," diz Colin Wilson, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Mas isto não significa, necessariamente, que tenha havido oceanos na superfície do planeta.
Eric Chassefière, da Universidade Paris-Sud, na França, desenvolveu um modelo computacional que sugere que a água tenha sido abundante sobretudo na atmosfera, e apenas em tempos muito primitivos, quando a superfície do planeta estava totalmente fundida.
À medida que as moléculas de água se separavam em átomos, pela ação da luz do Sol, e escapavam para o espaço, a consequente queda na temperatura desencadeou provavelmente a solidificação da superfície. Em outras palavras: Vênus provavelmente nunca teve oceanos.

Vida em Vênus
Apesar de ser difícil testar esta hipótese, esta é uma questão essencial. Se Vênus algum dia teve tido água na superfície, seria possível que o planeta tivesse passado por uma fase inicial de habitabilidade para formas de vida semelhantes às da Terra atual.
Mesmo estando correto, o modelo de Chassefière não exclui a hipótese de que cometas que colidem com o planeta tenham trazido água adicional depois da superfície de Vênus ter cristalizado, criando zonas com água em que vida tivesse tido condições para se formar.
Há muitas questões em aberto. "São precisos modelos mais extensos do sistema magma oceano e atmosfera e da sua evolução para que se perceba a evolução do jovem planeta Vênus," diz Chassefière.
Fonte: ESA

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Nasa testa novo propelente constituído somente de alumínio e gelo.




Um grupo formado por pesquisadores da Nasa, militares e acadêmicos desenvolveu e testou um combustível sólido simples, feito à base de pó de alumínio e gelo, que, segundo os pesquisadores, fornecerá uma alternativa limpa para os propelentes em uso atualmente.

De acordo com a Nasa, o combustível, conhecido como Alice (sigla para alumínio e gelo, em inglês) mostrou seu poder disparando um foguete de teste, de 2,7 metros comprimento, a 400 metros de altitude.

Mitat Birkan, responsável pelo programa de energia e propulsão espacial do Departamento de Pesquisa Cientifica da Força Aérea Americana, uma das agências envolvidas no desenvolvimento do combustível, lembra que Alice é menos agressivo ao meio ambiente, antes e depois da queima, que os combustíveis convencionais. Os únicos subprodutos da combustão do Alice, segundo Birkanm, são hidrogênio gasoso, e óxido de alumínio relativamente inócuo.

Os produtos da exaustão podem ser menos prejudiciais ao ambiente que os gerados por alguns dos foguetes da Nasa atualmente. Por exemplo, quando o ônibus espacial Discovery decolou no sábado, com a propulsão fornecida por seus foguetes alimentados a combustível sólido, várias toneladas de ácido hidroclorídrico foram lançadas no local de lançamento e na atmosfera, enquanto o combustível queimava.

O ácido hidroclorídrico, extremamente prejudicial à saúde e ao ambiente, é produzido por causa dos oxidantes perclorados, que formam a maior parte do combustível sólido do ônibus espacial. (O segundo componente mais importante do propelente é o alumínio). “O que é fantástico no Alice é que o oxidante é inerente e inofensivo ─ é água”, comente Birkan.

Na verdade, é bom ressaltar que a parte final da decolagem do ônibus espacial já é bastante inócua. Os motores principais do orbitador, que assumem a decolagem assim que os propulsores sólidos são liberados ─ aos dois minutos de vôo ─ são muito mais verdes que os foguetes propulsores movidos com combustíveis à base de hidrogênio e oxigênio líquido. “O Alice produz somente água”, reforça Birkan, que considera os propulsores “os motores mais limpos do mundo”.

Vicente Mateus S.
Clube Dorense de Astronomia
Texto retirado de: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias
Créditos: John Matson
Foto: Steven F. Son/Purdue University

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Dorenses se destacam no VI EREA no Ceará

Limoeiro do Norte-CE foi centro das atenções durante os dias 16, 17, 18 e 19 de junho. Esta cidade, com uma população de aproximadamente 80 mil habitantes, localizada no centro-sul do Estado e a cerca de 200km de Fortaleza, literalmente se tornou um pólo de incentivo e discussão da atividade científica entre a comunidade escolar, com um apoio maciço da administração pública do município, que tem buscado investir cada vez mais recursos no fomento ao desenvolvimento educacional, científico e tecnológico dos jovens limoeirenses. Em conseqüência desses investimentos, os resultados nos índices de desenvolvimento humano e aferições realizadas por órgãos competentes nos níveis de aprendizagem dos alunos, apontam para patamares de destaque quando comparados a outras cidades nordestinas.
Neste período, de 16 a 19/06, aconteceu o VI EREA (Encontro Regional de Ensino de Astronomia) organizado pela Secretaria de Educação local (Departamento de Ciências) em parceria com o Governo do Estado do Ceará (Divisão de Ciência e Tecnologia) e Ministério da Educação, para promover a divulgação das ciências espaciais e a promoção de cursos de capacitação para professores da rede de ensino. A grandiosidade do evento acabou atraindo o interesse de professores de outros Estados vizinhos que não mediram esforços para se inscrever e participar das palestras e oficinas direcionadas à área da Astronomia e da Astronáutica, que vem sendo fortemente incentivada e divulgada nas escolas, como forma de apresentar esse tipo de conhecimento aos estudantes, motivando-os a seguir carreira nessa atividade da qual o Brasil é um país que está inserido neste seleto grupo de nações com tecnologias e programas espaciais ativos, que necessitam de bastante mão-de-obra qualificada para desenvolver os produtos necessários à conquista do espaço sideral.
A programação do evento incluía palestras de pesquisadores do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), da AEB (Agência Espacial Brasileira), de representantes da OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica), do primeiro astronauta brasileiro Marcos Pontes e dos professores Vicente Mateus e Nilson Santos (do Clube Dorense de Astronomia Órion). Ver programação e notícias: www.limoeirodonorte.ce.gov.br
Para nós do Clube Dorense de Astronomia Órion, foi mais uma grande oportunidade que tivemos para levar o nome do nosso grupo, de Sergipe e de Nossa Senhora das Dores, para além dos limites do nosso Estado e mostrar que, apesar da falta de apoio e reconhecimento dos órgãos competentes e dirigentes locais de instituições afins, não nos deixamos abater por essas questões e continuamos a desenvolver nosso trabalho para levar a quem nos solicitar o conhecimento que temos nessa área, compartilhando com colegas professores, estudantes e demais interessados. Nossa tarefa no VI EREA foi ministrar três oficinas de construção e lançamento de foguetes com finalidades didáticas, para mais de 300 professores inscritos do Ceará e outros estados vizinhos.
Nossas oficinas ocorriam no período da tarde, das 13:30h às 17:30h, onde compartilhávamos nossa experiência na construção de bases de lançamento, foguetes movidos a água pressurizada e abordagem dos conceitos físicos, químicos, matemáticos e astronômicos a serem explorados na atividade, priorizando a interdisciplinaridade no desenvolvimento desse tipo de experimento que busca enfocar os aspectos básicos da exploração espacial e as habilidades necessárias para testar na prática as teorias que, na maioria das vezes, ficam restritas ao livro didático e à decoreba. Além da prática da oficina, também fazíamos uma divulgação de outros eventos que participamos, na forma de apresentação de slides e assistíamos a um vídeo produzido pela TV Cultura de São Paulo, no final de 2009, sobre o Clube Órion e a participação nas atividades do AIA 2009 (Ano Internacional da Astronomia). Esta parte era também direcionada a preparar os participantes para fatos a serem mencionados na palestra de encerramento pelo astronauta Marcos Pontes, com o qual tivemos o prazer de estar pela terceira vez. Também servia para relatar todo o nosso empenho, desafios vencidos e criar uma atmosfera de motivação entre os colegas professores para insistirem em sair da mera repetição de conteúdos e partirem para a experimentação, que torna o ensino muito mais atraente e promissor para os nossos alunos. Por fim, com o sucesso alcançado em nossas oficinas, já ficaram convites para retornarmos ao Ceará, em outra localidade, sem mensionar a previsão de encontros do tipo a serem ainda organizados em vários estados brasileiros e que deveremos também estar presentes.
Registramos nossos sinceros agradecimentos à Secretaria Municipal de Educação de Limoeiro do Norte, à Divisão de Ciência e Tecnologia do Governo do Estado do Ceará, ao Planetário e Centro Cultural Dragão do Mar, à Agência Espacial Brasileira (AEB) e à Coordenação Nacional da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).
Prof. Nilson Santos
Coordenador do CDA ORION

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Simulação de Viagem a Marte


Tripulação internacional passará 520 dias isolados em simulador de viagem espacial.
Reuters | 03/06/2010
Vestido de azul e acenando bastante, o tripulante Sukhrob Kamolov disse "Vejo vocês em 520 dias!" antes de entrar nas câmaras hermeticamente fechadas nesta quinta-feira com outros cinco homens dentro de uma simulação de viagem a Marte.
Aos beijos e acenos das mulheres e parentes, os três russos, um chinês, um francês e um ítalo-colombiano entraram nos módulos onde viverão até novembro de 2011, numa experiência para testar como o isolamento afeta as pessoas.
A Agência Espacial Europeia, no entanto, disse que levará ao menos 30 anos para que algum humano possa viajar para Marte, acrescentando que só a viagem de ida levaria nove meses.
Diferentemente de uma viagem real ao planeta vermelho, a tripulação do voo simulado do Marte-500, abrigada no Instituto de Problemas Biomédicos de Moscou, terá gravidade e não será exposta a radiação.
Mas, assim como numa missão verdadeira para Marte, existe a proibição ao consumo de bebidas alcoólicas, não há ar fresco, as verduras precisam ser cultivadas a bordo e o único contato com a Terra ocorrerá via e-mail, com um atraso de 40 minutos.
Liderada pelo comandante russo Alexei Sitev, a tripulação viverá e trabalhará como os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) e dividirá o tempo entre experimentos e exercícios.
Eles também passarão trinta dias acampados numa superfície de areia vermelha, como a marciana.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Mistérios de Marte são desvendados


Agência FAPESP – Um mistério de quase 40 anos em Marte acaba de ser resolvido. Cientistas conseguiram reconstruir a formação de duas características inusitadas no polo norte do planeta: uma série de espirais e um abismo maior do que o Grand Canyon.
Em dois artigos publicados na edição desta quinta-feira (27/5) da revista Nature, John Holt, da Universidade do Texas, e colegas descrevem como usaram dados obtidos pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da Nasa, a agência espacial norte-americana, para desvendar a composição da camada de gelo no norte marciano.
Na Terra, os mantos são formados principalmente pelo fluxo de gelo, mas em Marte, segundo a nova pesquisa, outras forças têm moldado as calotas. A calota ao norte é uma pilha de gelo e camadas de poeira com até 3 quilômetros de profundidade, que cobre uma área maior do que a do Estado de Minas Gerais. Ao analisar em computador os dados de radar colhidos pela sonda, os pesquisadores puderam, como se estivessem retirando as camadas de uma cebola, verificar como a cobertura de gelo evoluiu com o tempo. Uma das partes mais notáveis no polo norte marciano é a Chasma Boreale, uma depressão tão extensa como o Grand Canyon norte-americano, mas mais profundo. Desde que foi descoberta, em 1972, cientistas estimavam que a depressão teria sido formada a partir do derretimento do fundo do manto de gelo pelo calor vulcânico. Mas o novo estudo indica que tanto a Chasma Boreale como as espirais foram criadas principalmente pela ação de fortes ventos, durante milhões de anos. A nova pesquisa aponta também que a calota de gelo no norte marciano não é composta por muitas camadas relativamente planas, mas que conta com características mais complexas, entre as quais camadas com espessura e orientação diferentes ou camadas que simplesmente desaparecem em alguns pontos. “Não se sabia da existência de uma estrutura de camadas tão complexa, que registram a história de acúmulo de gelo, erosão e ação do vento. A partir de agora, poderemos recuperar uma história detalhada do clima em Marte”, disse Holt. Em 1982, Alan Howard, da Universidade da Virgínia, propôs em um artigo que as misteriosas espirais teriam sido formadas pela ação do vento, mas o trabalho foi ignorado pela comunidade científica, que bancava a hipótese da origem vulcânica. O novo estudo mostra que Howard estava certo. Segundo Holt e colegas, a formação em espiral deriva dos ventos existentes na região, formados por ar denso e relativamente frio que circula a partir dos polos e por sobre as calotas. A ação do vento é afetada pela força de Coriolis, perpendicular ao sentido do movimento do planeta. Na Terra, isso leva à formação de furacões, que giram em direções opostas nos hemisférios. Em Marte, essa força influencia nos ventos e nas depressões criadas, que assumem a forma de espirais.

Os artigos Onset and migration of spiral troughs on Mars revealed by orbital radar (vol 465 | doi:10.1038/nature09049) e The construction of Chasma Boreale on Mars (doi:10.1038/nature09050), de John Holt e outros, podem ser lidos por assinantes da Nature em www.nature.com.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Super Telescópio no Chile

O Conselho que administra o Observatório Europeu do Sul (ESO) escolheu nesta segunda-feira o local de instalação do E-ELT (European Extremely Large Telescope), um telescópio tão grande que os astrônomos não pouparam superlativos ao batizá-lo. O "telescópio europeu extremamente grande", com um espelho de 42 metros de diâmetro, será instalado no Cerro Armazones, uma montanha com 3.060 metros de altitude situada na região central do deserto do Atacama, no Chile.
O local fica a cerca de 130 quilômetros ao sul da cidade de Antofagasta e a 20 quilômetros do Cerro Paranal, onde está instalado o "telescópio muito grande" (Very Large Telescope - VLT), também do ESO."Este é um marco importante do projeto, que nos permitirá finalizar a concepção geral desta ambiciosa infraestrutura, que fará avançar enormemente o conhecimento astronômico", discursou Tim de Zeeuw, diretor geral do ESO.
Maior olho do mundo
O E-ELT vai operar na faixa do visível e do infravermelho e terá um espelho principal de 42 metros de diâmetro, tornando-se "o maior olho do mundo" vasculhando o céu.A decisão sobre o local de construção do E-ELT foi tomada pelo Conselho do ESO, composto por representantes dos catorze países-membros, e baseou-se num extenso estudo de meteorologia comparada, feito ao longo de vários anos.
Qualidade astronômica da atmosfera
Existem vários fatores a ser levados em conta no processo de seleção do local de instalação de um telescópio. O papel preponderante cabe à "qualidade astronômica" da atmosfera - o número de noites claras, a quantidade de vapor de água e a "estabilidade" da atmosfera (também conhecida por seeing).No entanto, há igualmente outros parâmetros a serem considerados, tais como os custos da construção e das operações e a sinergia científica e operacional com outras infraestruturas importantes (VLT/VLTI, VISTA, VST, ALMA e SKA, etc).
Os relatórios técnicos concluíram que o Cerro Armazones, próximo ao Paranal, destaca-se como o melhor local, uma vez que mostra o melhor balanço de qualidade do céu para todos os fatores considerados, ao mesmo tempo que pode ser operado de modo integrado com o Observatório do Paranal do ESO.Os cerros Armazones e Paranal partilham as mesmas condições ideais para a observação astronômica, dispondo de céu limpo 320 noites por ano.
Fonte:Redação do site Inovação Tecnológica

Água em asteroide

Agência FAPESP – Vida em asteroides? Longe disso, mas esses pequenos corpos celestes que gravitam em torno do Sol não são tão áridos como se achava. Evidência de água e de compostos orgânicos acabam de ser detectados na superfície de um deles.
A descoberta foi publicada na edição desta quinta-feira (29/4) da revista Nature em dois artigos, um deles com participação brasileira. As evidências dos blocos básicos da vida foram localizadas no asteroide 24 Themis, que tem cerca de 200 quilômetros de diâmetro e se encontra entre Marte e Júpiter.
Ao medir o espectro de luz infravermelha refletida pelo objeto, os pesquisadores verificaram que era consistente com água congelada. Segundo eles, todo o asteroide está coberto por um filme fino de gelo.Os cientistas também detectaram material orgânico, o que fortalece a teoria de que asteroides podem ter sido os responsáveis por trazer água e compostos orgânicos à Terra. Os dois grupos de pesquisadores usaram o telescópio de infravermelho da Nasa instalado em Mauna Kea, no Havaí.
“Os compostos orgânicos que detectamos aparentam ser cadeias extensas e complexas de moléculas. Ao caírem sobre a Terra estéril em meteoritos, essas moléculas podem ter servido como um grande pontapé inicial no desenvolvimento da vida no planeta”, disse Josh Emery, da Universidade do Tennessee, autor de um dos artigos.O outro artigo tem participação de Thais Mothé Diniz, do Observatório de Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista na caracterização de pequenos corpos do Sistema Solar.
Emery destaca que encontrar gelo na superfície do 24 Themis é uma surpresa, por ela não ser fria o suficiente para que o gelo possa permanecer ali por muito tempo. “Isso implica que gelo é abundante no interior desse asteroide e talvez em muitos outros. O gelo em asteroides pode ser a resposta para o enigma de onde veio a água da Terra”, disse.A proximidade do 24 Themis ao Sol faz com que o gelo evapore. Emery e Andrew Rivkin, da Universidade Johns Hopkins, sugerem que a duração do gelo na superfície do asteroide dure de milhares a milhões de anos, dependendo da posição do objeto.Segundo eles, o gelo evaporado é contantemente substituído por um processo por meio do qual o gelo contido no interior do asteroide “sobe” aos poucos, à medida que o vapor escapa da superfície.
Os cientistas ressaltam que, como o 24 Themis é parte de uma “família” de asteroides formada a partir de um grande impacto e da consequente fragmentação de um corpo muito maior, há muito tempo, a descoberta implica que o objeto original também tinha gelo, o que tem grandes implicações para o estudo da origem do Sistema Solar.Os artigos Detection of Ice and Organics on an Asteroidal Surface (vol 464 | DOI:10.1038/nature09028), de Andrew S. Rivkin e Joshua P. Emery, e Water ice and organics on the surface of the asteroid 24 Themis (vol 464 | DOI:10.1038/nature09098), de Humberto Campins e outros, podem ser lidos por assinantes da Nature em www.nature.com.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

ETANOL PARA O ESPAÇO

O Brasil acumula um atraso de meio seculo na propulsao de
foguetes espaciais em relacao aos norte-americanos e russos. Para tentar
dar um impulso no setor, ha' cerca de 15 anos o pais iniciou um programa
de pesquisa em propulsao liquida e que tem como base o etanol nacional.
O desafio do programa, liderado pelo Instituto de Aeronautica e Espaco
(IAE), e' movimentar futuros foguetes com um combustivel liquido que
seja mais seguro do que o propelente 'a base de hidrazina empregado
atualmente. Esse ultimo, cuja utilizacao e' dominada pelo pais, e'
corrosivo e toxico. O desafio da busca por um combustivel "verde" e
nacional tambem conta com o apoio de um grupo particular de
pesquisadores, formado em parte por engenheiros que cursam ou cursaram o
mestrado profissional em engenharia aeroespacial do IAE – realizado em
parceria com o Instituto Tecnologico da Aeronautica e com o Instituto de
Aviacao de Moscou. Liderado pelo engenheiro Jose' Miraglia, professor da
Faculdade de Tecnologia da Informacao (FIAP), o grupo se uniu para
desenvolver propulsores de foguetes que utilizem propelentes liquidos e
testar tais combustiveis. "Os propelentes liquidos usados atualmente no
Brasil estao restritos 'a aplicacao no controle de altitude de satelites
e 'a injecao orbital. Eles tem como base a hidrazina e o tetroxido de
nitrogenio, ambos importados, caros e toxicos", disse Miraglia 'a
Agencia FAPESP. Miraglia coordena o projeto "Desenvolvimento de
propulsor catalitico propelente utilizando pre-misturados" , apoiado pelo
Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). Na
primeira fase do projeto, o grupo, em parceria com a empresa Guatifer,
testou motores e foguetes de propulsao liquida com impulso de 10 newtons
(N), com o objetivo de avaliar propelentes liquidos pre-misturados 'a
base de peroxido de hidrogenio combinado com etanol ou querosene. "Os
testes mostraram que o projeto e' viavel tecnicamente. Os propulsores
movidos com uma mistura de peroxido de hidrogenio e etanol, ambos
produzidos em larga escala no Brasil e a baixo custo, apresentaram o
melhor rendimento", disse. Segundo Miraglia, a mistura apresenta algumas
vantagens em relacao 'a hidrazina ou ao tetroxido de nitrogenio, usados
atualmente. "Ela e' muito versatil, podendo ser utilizada como
monopropelente e como oxidante em sistemas bipropelentes e
pre-misturados. O peroxido de hidrogenio misturado com etanol apresenta
densidade maior do que a maioria dos propelentes liquidos, necessitando
de menor volume de reservatorio e, consequentemente, de menor massa de
satelite ou do veiculo lancador, alem de ser compativel com materiais
como aluminio e aco inox", explicou. Na segunda fase do projeto, o grupo
pretende construir dois motores para foguetes de maior porte, com 100 N
e 1000 N. "Nossa intencao e' construir um foguete suborbital de sondagem
que atinja os 100 quilometros de altitude e sirva para demonstrar a
tecnologia", disse. A empresa tambem esta' em negociacoes para uma
eventual parceria com o IAE no projeto Sara (Satelite de Reentrada
Atmosferica) , cujo objetivo e' enviar ao espaco um satelite para o
desenvolvimento de pesquisas em diversas areas e especialidades, como
biologia, biotecnologia, medicina, materiais, combustao e farmacos.
"Nosso motor seria utilizado na operacao de reentrada para desacelerar a
capsula quando ela ingressar na atmosfera. Atualmente, nao existe no
Brasil foguete de sondagem a propelente liquido. Todos utilizam
propelentes solidos", disse. Kits educativos - O grupo tambem pretende
produzir motores para foguetes de sondagem que tenham baixo custo. "Eles
seriam importantes para as universidades, com aplicacoes em estudos em
microgravidade e pesquisas atmosfericas, por exemplo", disse Miraglia.
Em trabalhos de biotecnologia em microgravidade, por exemplo, pesquisas
com enzimas sao fundamentais para elucidar processos ligados a reacoes,
fenomenos de transporte de massa e calor e estabilidade das enzimas.
Tais processos sao muito utilizados nas industrias de alimentos,
farmaceutica e quimica fina, entre outras. "Queremos atingir alguns
nichos, ou seja, desenvolver um foguete movido a propelente liquido que
se possa ajustar 'a altitude e ser reutilizavel. Esse e' outro ponto
importante, porque normalmente um foguete, depois de lancado, e'
descartado", disse. O grupo ja' construiu um motor de 250 N, que sera'
utilizado em testes. Como forma de difundir e reunir recursos para o
projeto, a empresa comercializa kits de minifoguetes e material tecnico.
"Sao direcionados principalmente para estudantes", disse Miraglia. No
site www.foguete. org, a empresa oferece tambem apostilas tecnicas e
livros digitais sobre foguetes com informacoes sobre astronautica,
exploracao espacial e aerodinamica. Mais informacoes:
www.edgeofspace. org ( Fonte: Por Alex Sander Alcantara - Agencia FAPESP
)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Planetas Extra-Solares


Sistema Solar existe. Isto é um fato. Por causa de sua existência, nada mais natural que nos perguntemos se há ou não outros planetas girando em torno de estrelas que não o Sol.
Estima-se que existam 50 bilhões de galáxias em todo o Universo. As galáxias são predominantemente agrupamentos de estrelas. As maiores contêm algumas centenas – ou até milhares – de bilhões delas (nossa galáxia, a Via Láctea, tem cerca de 100 a 150 bilhões de estrelas).
Baseado no tamanho do Universo e nas leis da Probabilidade, as chances de existirem outros sistemas planetários são excelentes.
Foto em infravermelho resolve o objeto 2M 1207 e revela a primeira imagem direta de um planeta extra-solar. Os astrônomos inferiram que o planeta tem 5 vezes mais massa que Júpiter, enquanto sua estrela é 25 mais massiva que o maior planeta do Sistema Solar – o que faz dela uma anã-marrom.
A idéia de planetas em órbita de outras estrelas não é nova. Os gregos já haviam cogitado essa hipótese, mas somente a partir do final do século 20 pudemos averiguá-la com rigor.
Mas ainda faltavam observações diretas e "comprovadas" através de fotografias. Isso aconteceu em 2005 através do Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu Austral (European Southern Observatory, ESO) no Chile. O Telescópio Espacial Hubble e o japonês Subaru também contribuíram.
O planeta observado tem no máximo o dobro do tamanho de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, e sua estrela-mãe, GQ Lupi, é uma anã-marrom.
Ele foi localizado bem longe de sua estrela, cerca de 100 vezes mais que a distância Terra-Sol (ou três vezes mais que Netuno), um fator que acabou ajudando a separar a luz dos dois objetos.
Se uma estrela tem apenas um único companheiro, ambos se movem numa órbita quase circular em torno do centro de massa do sistema. Ainda que um deles seja muito menor que o outro, as leis da Física garantem que ambos continuam se movendo em volta do centro de massa, embora este fique bem perto do corpo mais massivo.
Todos os planetas do Sistema Solar provocam um efeito similar no Sol, fazendo-o apresentar uma pequena oscilação que pode ser detectada por um observador fora do Sistema Solar, ainda que nenhum planeta reflita luz o bastante para ser visto diretamente.
É uma situação semelhante a de um atleta que dá voltas em torno de si mesmo antes de arremessar um peso. A pessoa oscila enquanto gira, devido ao peso do objeto. E se ao mesmo tempo ela se desloca de um ponto A para um ponto B, sua trajetória não será uma linha reta, sendo mais parecida com uma onda.
Métodos de detecção
EXISTEM DIVERSOS MÉTODOS PARA DESCOBRIR PLANETAS EXTRA-SOLARES. Métodos diretos ou indiretos. De longe, a maioria dos planetas já descobertos são frutos das medidas de Velocidade Radial, que consiste em medir as sutis variações na posição de uma estrela enquanto sofre oscilações provocadas pelo puxão gravitacional de um ou mais planetas ao seu redor.
A detecção é realizada através do Efeito Doppler, uma mudança de freqüência que ocorre quando uma fonte se afasta ou se aproxima do observador. Isso explica porque ouvimos um som mais agudo quando a sirene de um carro de bombeiros se aproxima e um som mais grave quando se afasta.
Ilustração de um planeta extra-solar encontrado em torno da estrela HD 149026 feita pelo pesquisador Gregory Laughlin. Ele mesmo descreve: "A noite nesse mundo deve ser tão quente que o lado escuro brilha, exibindo as camadas de nuvens. O lado iluminado, em comparação, é extremamente ofuscante."
As ondas sonoras são comprimidas na direção do movimento e relaxadas na direção oposta. Esse efeito também ocorre com a luz, mesmo sendo esta uma radiação eletromagnética e não uma perturbação mecânica.
Admiráveis novos mundos
O PRIMEIRO PLANETA EXTRA-SOLAR foi encontrado em órbita de uma estrela da constelação de Pégasus, em 1995, através do método da Velocidade Radial.
Esse primeiro novo mundo está a 45 anos-luz da Terra e tem cerca da metade do tamanho de Júpiter. Mundos rochosos, como a Terra, também já foram descobertos.
O que está em órbita da estrela HD 149026 (veja quadro ao lado) é um pedaço de rocha colossal, com cerca de 65 a 70 vezes a massa da Terra e tão perto de sua estrela que leva menos que três dias para completar uma translação.
Outro mundo bizarro é o achado em volta da estrela anã-vermelha Gliese 876. Com sete vezes a massa terrestre, tudo indica que não possui atmosfera (ou ela é muito fina), como um Mercúrio gigante.
Atualmente o número de planetas extra-solares devidamente comprovados chega a 400. A maioria tem órbitas tão estranhas e são tão diferentes dos planetas do Sistema Solar que alguns pesquisadores crêem que nosso sistema planetário é uma exceção a regra. Ou não. E então será apenas questão de tempo – e aperfeiçoamento dos métodos de detecção – para que um mundo com características físicas e orbitais bem similares ao nosso seja encontrado. Haverá vida nele será a próxima pergunta que faremos.

JOSÉ ROBERTO V. COSTA
O Universo é tudo para nós

terça-feira, 23 de março de 2010

Descoberto exoplaneta intrigante

18/03/2010. Um grupo internacional de cientistas, com participacao
brasileira, descobriu um exoplaneta (ou seja, alem do Sistema Solar) com
temperaturas superficiais consideradas estaveis e moderadas. As
temperaturas variam entre -20º C e 160º C, com a maxima muito acima do
encontrado na Terra, mas muito abaixo desses planetas, chamados de
"Jupiter quente". O planeta foi descoberto por observacoes feitas com o
telescopio espacial CoRoT. O novo planeta, denominado CoRoT-9b, lembra
bastante os encontrados no Sistema Solar. Tem o tamanho aproximado de
Jupiter e uma orbita semelhante 'a de Mercurio. Sao conhecidos,
atualmente, cerca de 400 exoplanetas, dos quais 70 orbitam uma estrela
central. Esses planetas tem orbitas muito curtas ou excentricas, com
temperaturas superficiais extremas. Em artigo publicado na Nature,
Sylvio Ferraz-Mello, professor titular do Instituto de Astronomia,
Geofisica e Ciencias Atmosfericas, e colegas de diversos paises
descrevem o planeta, que tem uma orbita de 95 dias em torno de uma
estrela parecida com o Sol. Segundo os autores do estudo, as
caracteristicas do planeta se encaixam nos modelos padroes de evolucao e
ele provavelmente tem uma composicao interna parecida com a de Jupiter
ou a de Saturno. "O CoRoT-9b e' o primeiro exoplaneta ate' hoje
encontrado que realmente se assemelha aos planetas em nosso Sistema
Solar", apontou Hans Deeg, do Instituto de Astrofisica de Canarias e
primeiro autor do artigo. "Esse e' o primeiro exoplaneta cujas
propriedades podemos estudar em profundidade. Ele pode se tornar a pedra
de Roseta da pesquisa em exoplanetas" , disse Claire Moutou, do
Departamento de Astrofisica da Universidade de La Laguna, na Espanha, um
dos autores do estudo. "Como no caso de nossos planetas gigantes,
Jupiter e Saturno, o novo planeta e' formado basicamente de hidrogenio e
helio. E pode conter outros elementos, como agua e pedras em elevadas
temperaturas e pressao, em um total de ate' 20 vezes a massa da Terra",
disse Tristan Guillot, do Observatorio da Cote d'Azur. O CoRoT-9b passa
em frente 'a sua estrela a cada 95 dias – conforme observado da Terra.
Esse "transito" dura cerca de 8 horas e fornece aos astronomos muita
informacao adicional do planeta. Esses detalhes sao muito importantes,
uma vez que o planeta compartilha muitas caracteristicas com a maioria
dos exoplanetas descobertos ate' hoje. O CoRoT, operado pelo Centro
Nacional de Estudos Espaciais da Franca, ajudou os cientistas a
descobrir o planeta apos 145 dias de observacoes durante o verao de
2008. O artigo A transiting giant planet with a temperature between 250
K and 430 K (vol 464 | 18 March 2010 | doi:10.1038/ nature08856) , de
Eudald Carbonell, de Hans Deeg e outros, pode ser lido por assinantes da
Nature em www.nature.com.

( Fonte: Agencia FAPESP )

quarta-feira, 3 de março de 2010

Clube Dorense de Astronomia Orion é destaque Nacional


O último evento da Feira Internacional de Ciências (Mostratec 2009), realizado em Novo Hamburgo-RS, no período de 23 a 28 de novembro, contou com a participação de representantes de 22 países, além dos expositores de todos os estados brasileiros, com trabalhos nas mais diversas áreas do conhecimento, sendo esta a maior feira do setor, na América Latina. Sergipe foi representado pela equipe do Clube Dorense de Astronomia Órion que expôs um trabalho no campo da exploração espacial envolvendo a construção de dois protótipos de foguete recuperável (Projeto Alfa-Centauro), desenvolvido pelos professores Mateus, Nilson e seus alunos, com o objetivo de viabilizar a simulação do que ocorre com uma carga útil (viva ou inerte) colocada a bordo de um veicúlo lançador, para ir ao espaço e posteriormente ser recuperada intacta, dentro das condições de segurança requeridas para o experimento.
Os dois protótipos de foguete, construidos com uso de materiais simples e de fácil montagem utilizando apenas cartolina, fita adesiva, cola, isopor, papelão, garrafa pet e pano de sombrinha, tem a proposta de ser utilizado com fins didáticos para estabelecer uma relação segura entre teorias ensinadas em sala de aula e a prática da experimentação científica, tornando o ensino de ciências, principalmente na área das exatas, mais atraente e significativo para o aluno, que passa a ter a oportunidade de testar conceitos físicos, químicos e biológicos aprendidos nas disciplinas que estuda na escola e analisar os resultados obtidos na experimentação.
Como resultado da participação do grupo na Mostratec 2009, os expositores do projeto trouxeram na bagagem o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido e o prêmio que assegura a participação em setembro de 2010 em outra feira internacional, sendo desta vez além das fronteiras do país, mais precisamente em Assunção, capital do Paraguai, representando honrosamente Sergipe e o Brasil. Pelo sucesso do projeto por onde passa, recebemos recentemente uma equipe da TV Cultura de São Paulo que veio fazer uma matéria conosco a respeito da nossa participação em eventos nacionais, sobre a escolha do nosso trabalho para ir ao Paraguai, representando o Brasil e pelas atividades que o Clube de Astronomia da escola desenvolveu durante as comemorações do Ano Internacional da Astronomia 2009.
Esperamos ir cada vez mais longe para mostrar o potencial da nossa equipe e do nosso trabalho, que precisa ser reconhecido e valorizado também aqui em nosso Estado, o que infelismente ainda não acontece.
Ver fotos:

Projeto Alfa-Centauro na Mostratec 2009.


Emerson e Bruno, ao lado do Telescópio Órion,
na exposição “Paisagens Cósmicas”.

Maiores informações:
nilson.stos@yahoo.com.br/mateus_nsd@yahoo.com.br

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Fundação do Clube de Astronomia

O Clube Dorense de Astronomia Orion nasceu em consonância com a definição do Ano Internacional da Astronomia (AIA 2009), estabelecido pela Organização das Nações Unidas, para comemorarmos os 400 anos do primeiro uso astronômico de uma luneta, desenvolvida por Galileu Galilei em 1609. Portanto, cabe a nós, divulgadores, enfatizar o conhecimento desta ciência, através de atividades que busquem o engajamento dos jovens e demais interessados, a observação dos astros por meio de telescópios, a realização de oficinas e tudo o que contribuir para a divulgação, popularização e aproximação do público com a Astronomia e a figura do astrônomo.
Ainda, nesse contexto, além da invenção da luneta telescópica por Galileu, enfatizamos também outros feitos científicos de igual importância, tais como os 40 anos do primeiro pouso do homem na Lua; o centenário da invenção do avião, por Alberto Santos Dumont; os 300 anos da construção do primeiro balão de ar quente, por Bartolomeu de Gusmão; os 90 anos da comprovação da Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, a partir da observação de um eclipse solar visto da cidade de Sobral, no Ceará.
No dia 26 de agosto de 2009, oficializamos nossa inscrição perante o comitê Nacional de divulgação do AIA 2009 e a partir de então nos tornamos aptos a divulgar os planos e metas estabelecidos pela comissão coordenadora das atividades a serem desenvolvidas para a popularização da Astronomia, na forma de "Nó Local". Para maiores esclarecimentos, acessar www.astronomia2009.org.br

"Céu aberto para todos!"

Geógrafo e Astrônomo Prof. Nilson Santos
CDA ORION