terça-feira, 30 de novembro de 2010

Descoberto Oxigênio em lua de Saturno


Washington, 26 nov (EFE).- A sonda Cassini detectou oxigênio e dióxido de carbono em Rhea, a lua gelada de Saturno, mas não o suficiente para que haja condição de vida humana, informou nesta sexta-feira a Nasa.
Esta é a primeira vez que um orbitador capta diretamente com seus instrumentos moléculas de oxigênio na atmosfera, mas os cientistas afirmaram que ela é muito pequena e a densidade de oxigênio é cinco trilhões de vezes inferior à da Terra.
No entanto, a formação de oxigênio e dióxido de carbono poderia mostrar uma complexa unidade química das superfícies de outros corpos gelados no Universo.
"Os novos resultados sugerem que processos químicos mais complexos, que incluem oxigênio, podem ser bastante comuns em todo o sistema solar e, inclusive, no nosso universo", disse Ben Teolis, um cientista da equipe da Cassini com base no Southwest Research Institute, em San Antonio.
"A Rhea está se mostrando muito mais interessante do que tínhamos imaginado", disse Linda Spilker, cientista do projeto Cassini do Laboratório da propulsão do jato (JPL), em Pasadena, Califórnia.
A tênue atmosfera com oxigênio e dióxido de carbono faz com que a Rhea, segunda maior lua de Saturno, seja a única desse tipo no sistema do planeta. A Titã, outra de suas luas, tem uma densa atmosfera de nitrogênio e metano, mas muito pouco dióxido de carbono e oxigênio.
Os cientistas suspeitaram que a Rhea poderia ter uma fina atmosfera com oxigênio e dióxido de carbono, baseado em observações a distância das luas geladas de Júpiter pela sonda Galileu da Nasa e o Telescópio Espacial Hubble.
Outras observações de Cassini detectaram oxigênio de partículas geladas nos anéis de Saturno mas, até agora, não tinha captado oxigênio e o dióxido de carbono na exosfera da Rhea, até que a Nasa aproximou a sonda a 101 quilômetros de distância.
A sonda Cassini, que orbita Saturno, é um projeto da Nasa, com a Agência Espacial Europeia (ESA) e a italiana ASI.

Fonte: Agência EFE

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Robô com canhão laser em Marte


O novo robô espacial da missão, chamado Curiosidade, já começou a ser construído, e sua montagem está sendo mostrada ao vivo pela internet - veja NASA mostra ao vivo construção do robô que irá a Marte.

O instrumento ChemCam utiliza um feixe de laser pulsado para vaporizar uma rocha, produzindo um clarão de luz emitida pelo material ionizado - um plasma - que pode então ser analisado para identificar os elementos químicos presentes.

É essa bola de plasma luminosa que se pode ver na imagem, emergindo da superfície de um cristal de pirita (minério de ferro). O cristal está colocado a cerca de 3 metros do aparelho. O feixe de laser propriamente dito é invisível.

Canhão de laser

A ChemCam vai fazer o mesmo em Marte, disparando um laser e analisando a composição química dos materiais vaporizados da superfície das rochas e dos solos marcianos.

Logo depois que o alvo é atingido - um ponto preciso com cerca de um milímetro de diâmetro - um espectrógrafo a bordo do robô Curiosidade irá fornecer detalhes sem precedentes sobre os minerais e as microestruturas presentes nas rochas, por meio da medição da composição do plasma resultante - um gás extremamente quente, feito de íons e elétrons flutuando livremente.

A ChemCam irá usar seu laser também para varrer a poeira das rochas marcianas, para que uma outra câmera possa obter imagens extremamente detalhadas. A câmera será capaz de captar detalhes de 5 a 10 vezes menores do que os visíveis pelas câmeras dos robôs Spirit e Opportunity, que começou a explorar o planeta vermelho em janeiro de 2004.

Curiosidade remota

No caso do robozão Curiosidade - que tem o tamanho de um carro popular e pesa quase uma tonelada - não poder chegar até um afloramento de rocha de interesse, a ChemCam terá a capacidade para analisá-lo à distância.
A uma distância de 1 a 9 metros, a ChemCam será capaz de:

identificar rapidamente o tipo de rocha - por exemplo, se ela é de origem vulcânica ou sedimentar;
determinar a composição das rochas e dos solos;
medir a concentração de todos os elementos químicos, incluindo os elementos-traço (oligoelementos) e aqueles que possam ser perigosos para os seres humanos;
reconhecer gelo e sais minerais com moléculas de água em suas estruturas cristalinas;
medir a profundidade e a composição da camada de intemperismo sobre as rochas;
prestar assistência visual durante a perfuração de amostras de rocha.

ChemCam é uma abreviatura para o nome completo do instrumento, que é Laser-Induced Remote Sensing for Chemistry and Micro-Imaging - sensoriamento remoto induzido por laser para análises químicas e microimageamento.

Fonte: Redação Site Inovação Tecnólogica

domingo, 21 de novembro de 2010

Sonda encontra mineral extraterreste


Poeira de asteroide

Depois de uma reentrada espetacular na atmosfera da Terra, houve grande decepção quando se descobriu que a cápsula da sonda japonesa Hayabusa estava praticamente vazia.

Ela deveria estar cheia de pó de rocha escavada do asteroide Itokawa, sobre o qual a Hayabusa fez um pouso acidentado em 2005.

Mas uma análise mais detalhada revelou que a cápsula não estava totalmente vazia.

E ela não só continha 1.500 partículas de poeira de asteroide, como algumas dessas partículas contêm pelo menos um mineral que não existe naturalmente na Terra.

A maioria das partículas mede menos do que 10 micrômetros de diâmetro, e só foram identificadas com o uso de um microscópio eletrônico.

Mineral extraterrestre

Mas como os técnicos descobriram que a poeira no interior da cápsula era mesmo do asteroide, e não fruto de contaminação aqui da Terra mesmo?

Pela abundância relativa dos elementos químicos e dos minerais presentes nos grãos e porque os minerais são consistentes com os dados coletados pelos outros instrumentos científicos a bordo da sonda Hayabusa.

Alguns minerais, como olivina e plagioclásio, são comuns na superfície da Terra, mas também são encontrados em meteoritos.

Já a troilita, um sulfeto de ferro, não existe na superfície da Terra.

A partir de agora, serão anos de estudos e análises, em busca de informações que poderão dar pistas sobre a formação do Sistema Solar, o que transformará os minúsculos resíduos de asteroide na poeira mais estudada até hoje.

Missões a asteroides

Apesar dos problemas, a agência espacial japonesa considera que a missão teve um nível de sucesso muito elevado, a ponto de estar considerando construir outra sonda idêntica, uma espécie de Hayabusa 2, na tentativa de trazer mais amostras de asteroide.

Além de informações sobre a formação do Sistema Solar, conhecer a composição desses corpos celestes errantes pode dar informações valiosas caso algum deles entre em rota de colisão com a Terra e precise ser destruído.

A NASA também planeja enviar uma sonda robótica para pousar em um asteroide. Outra ideia, de mais longo prazo, é a transformação de uma parte da Estação Espacial Internacional em uma nave, que levaria astronautas humanos para explorar um asteroide maior.

Fonte: Redação do site Inovação Tecnológica/17-11-2010

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Universo está repleto de outras Terras


Cerca de 23 por cento das estrelas semelhantes ao Sol podem ter pelo menos um planeta do tamanho da Terra.

Andrew Howard e seus colegas do telescópio Keck, no Havaí, usaram medições Doppler para estudar 166 estrelas semelhantes ao Sol em busca de planetas com massas entre três e 1.000 vezes o tamanho da Terra.

Outras Terras

Os astrônomos encontraram um total de 33 planetas orbitando em torno de 22 das estrelas estudadas, uma proporção muito mais elevada do que qualquer previsão anterior.

Também ao contrário do que se previa, não há uma "falta de planetas" com massas de cinco a 30 vezes a da Terra, como modelos anteriormente previram.

Quanto às "outras terras", os resultados confirmam que a ocorrência de planetas tende a aumentar - e não a diminuir - conforme diminui a massa dos planetas. Pelos cálculos da equipe, planetas do tamanho de Netuno para baixo são muito mais comuns que os planetas gigantes gasosos, como Júpiter.

Se os cálculos estiverem corretos, isto significa que sistemas planetários como o nosso Sistema Solar são comuns e que quase um quarto de todas as estrelas parecidas com o Sol pode ter planetas de tamanho semelhante ao da Terra.

Estimativa fundamentada

Os astrônomos estudaram 166 estrelas das classes G e K localizadas a até 80 anos-luz da Terra.

O Sol é a mais conhecida estrela do tipo G, que são amarelas. As estrelas do tipo K são um pouco menores e têm cor laranja ou vermelha.

O estudo procurou determinar a quantidade, a massa e a distância orbital dos planetas dessas estrelas. O trabalho usou tanto observações diretas quanto estimativas, uma vez que, das estrelas analisadas, apenas 22 têm planetas que já foram detectados diretamente.

"De cada 100 estrelas parecidas com o Sol, uma ou duas têm planetas com massa semelhante à de Júpiter, seis parecidas com a de Netuno e 12 têm entre três e dez vezes a massa terrestre. Se extrapolarmos a relação para planetas do tamanho da Terra, podemos estimar que encontraremos cerca de 23 deles para cada 100 estrelas", disse Howard.

"Essa é a primeira estimativa, baseada em medidas reais, da fração de estrelas que têm planetas do tamanho da Terra", destacou Geoffrey Marcy, também de Berkeley e coautor do estudo.

Busca por exoplanetas

"Isto significa que, quando a Nasa desenvolver novas técnicas na próxima década para tentar encontrar planetas com tamanho realmente parecido com o da Terra, não será preciso procurar muito", disse Howard.

A NASA já tem uma fortíssima carta na manga para essa busca: o telescópio espacial Kepler, lançado em Março deste ano.

A missão primária do Kepler é encontrar planetas semelhantes à Terra - planetas rochosos que orbitam estrelas parecidas com o Sol em uma zona quente, onde a água possa se manter sobre a superfície em estado líquido - veja mais em Telescópio espacial Kepler vai começar busca por outras Terras.

Há cerca de um mês, um grupo de astrônomos anunciou a descoberta do primeiro exoplaneta dentro da "zona habitável". O resultado, contudo, vem sendo questionado por outros astrônomos, que afirmam não estarem conseguindo repetir a detecção.

Bibliografia:

The Occurrence and Mass Distribution of Close-in Super-Earths, Neptunes, and Jupiters
Andrew W. Howard, Geoffrey W. Marcy, John Asher Johnson, Debra A. Fischer, Jason T. Wright, Howard Isaacson, Jeff A. Valenti, Jay Anderson, Doug N. C. Lin, Shigeru Ida
Science
29 October 2010
Vol.: //doi
DOI: //topicos