sexta-feira, 26 de março de 2010

Planetas Extra-Solares


Sistema Solar existe. Isto é um fato. Por causa de sua existência, nada mais natural que nos perguntemos se há ou não outros planetas girando em torno de estrelas que não o Sol.
Estima-se que existam 50 bilhões de galáxias em todo o Universo. As galáxias são predominantemente agrupamentos de estrelas. As maiores contêm algumas centenas – ou até milhares – de bilhões delas (nossa galáxia, a Via Láctea, tem cerca de 100 a 150 bilhões de estrelas).
Baseado no tamanho do Universo e nas leis da Probabilidade, as chances de existirem outros sistemas planetários são excelentes.
Foto em infravermelho resolve o objeto 2M 1207 e revela a primeira imagem direta de um planeta extra-solar. Os astrônomos inferiram que o planeta tem 5 vezes mais massa que Júpiter, enquanto sua estrela é 25 mais massiva que o maior planeta do Sistema Solar – o que faz dela uma anã-marrom.
A idéia de planetas em órbita de outras estrelas não é nova. Os gregos já haviam cogitado essa hipótese, mas somente a partir do final do século 20 pudemos averiguá-la com rigor.
Mas ainda faltavam observações diretas e "comprovadas" através de fotografias. Isso aconteceu em 2005 através do Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu Austral (European Southern Observatory, ESO) no Chile. O Telescópio Espacial Hubble e o japonês Subaru também contribuíram.
O planeta observado tem no máximo o dobro do tamanho de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, e sua estrela-mãe, GQ Lupi, é uma anã-marrom.
Ele foi localizado bem longe de sua estrela, cerca de 100 vezes mais que a distância Terra-Sol (ou três vezes mais que Netuno), um fator que acabou ajudando a separar a luz dos dois objetos.
Se uma estrela tem apenas um único companheiro, ambos se movem numa órbita quase circular em torno do centro de massa do sistema. Ainda que um deles seja muito menor que o outro, as leis da Física garantem que ambos continuam se movendo em volta do centro de massa, embora este fique bem perto do corpo mais massivo.
Todos os planetas do Sistema Solar provocam um efeito similar no Sol, fazendo-o apresentar uma pequena oscilação que pode ser detectada por um observador fora do Sistema Solar, ainda que nenhum planeta reflita luz o bastante para ser visto diretamente.
É uma situação semelhante a de um atleta que dá voltas em torno de si mesmo antes de arremessar um peso. A pessoa oscila enquanto gira, devido ao peso do objeto. E se ao mesmo tempo ela se desloca de um ponto A para um ponto B, sua trajetória não será uma linha reta, sendo mais parecida com uma onda.
Métodos de detecção
EXISTEM DIVERSOS MÉTODOS PARA DESCOBRIR PLANETAS EXTRA-SOLARES. Métodos diretos ou indiretos. De longe, a maioria dos planetas já descobertos são frutos das medidas de Velocidade Radial, que consiste em medir as sutis variações na posição de uma estrela enquanto sofre oscilações provocadas pelo puxão gravitacional de um ou mais planetas ao seu redor.
A detecção é realizada através do Efeito Doppler, uma mudança de freqüência que ocorre quando uma fonte se afasta ou se aproxima do observador. Isso explica porque ouvimos um som mais agudo quando a sirene de um carro de bombeiros se aproxima e um som mais grave quando se afasta.
Ilustração de um planeta extra-solar encontrado em torno da estrela HD 149026 feita pelo pesquisador Gregory Laughlin. Ele mesmo descreve: "A noite nesse mundo deve ser tão quente que o lado escuro brilha, exibindo as camadas de nuvens. O lado iluminado, em comparação, é extremamente ofuscante."
As ondas sonoras são comprimidas na direção do movimento e relaxadas na direção oposta. Esse efeito também ocorre com a luz, mesmo sendo esta uma radiação eletromagnética e não uma perturbação mecânica.
Admiráveis novos mundos
O PRIMEIRO PLANETA EXTRA-SOLAR foi encontrado em órbita de uma estrela da constelação de Pégasus, em 1995, através do método da Velocidade Radial.
Esse primeiro novo mundo está a 45 anos-luz da Terra e tem cerca da metade do tamanho de Júpiter. Mundos rochosos, como a Terra, também já foram descobertos.
O que está em órbita da estrela HD 149026 (veja quadro ao lado) é um pedaço de rocha colossal, com cerca de 65 a 70 vezes a massa da Terra e tão perto de sua estrela que leva menos que três dias para completar uma translação.
Outro mundo bizarro é o achado em volta da estrela anã-vermelha Gliese 876. Com sete vezes a massa terrestre, tudo indica que não possui atmosfera (ou ela é muito fina), como um Mercúrio gigante.
Atualmente o número de planetas extra-solares devidamente comprovados chega a 400. A maioria tem órbitas tão estranhas e são tão diferentes dos planetas do Sistema Solar que alguns pesquisadores crêem que nosso sistema planetário é uma exceção a regra. Ou não. E então será apenas questão de tempo – e aperfeiçoamento dos métodos de detecção – para que um mundo com características físicas e orbitais bem similares ao nosso seja encontrado. Haverá vida nele será a próxima pergunta que faremos.

JOSÉ ROBERTO V. COSTA
O Universo é tudo para nós

terça-feira, 23 de março de 2010

Descoberto exoplaneta intrigante

18/03/2010. Um grupo internacional de cientistas, com participacao
brasileira, descobriu um exoplaneta (ou seja, alem do Sistema Solar) com
temperaturas superficiais consideradas estaveis e moderadas. As
temperaturas variam entre -20º C e 160º C, com a maxima muito acima do
encontrado na Terra, mas muito abaixo desses planetas, chamados de
"Jupiter quente". O planeta foi descoberto por observacoes feitas com o
telescopio espacial CoRoT. O novo planeta, denominado CoRoT-9b, lembra
bastante os encontrados no Sistema Solar. Tem o tamanho aproximado de
Jupiter e uma orbita semelhante 'a de Mercurio. Sao conhecidos,
atualmente, cerca de 400 exoplanetas, dos quais 70 orbitam uma estrela
central. Esses planetas tem orbitas muito curtas ou excentricas, com
temperaturas superficiais extremas. Em artigo publicado na Nature,
Sylvio Ferraz-Mello, professor titular do Instituto de Astronomia,
Geofisica e Ciencias Atmosfericas, e colegas de diversos paises
descrevem o planeta, que tem uma orbita de 95 dias em torno de uma
estrela parecida com o Sol. Segundo os autores do estudo, as
caracteristicas do planeta se encaixam nos modelos padroes de evolucao e
ele provavelmente tem uma composicao interna parecida com a de Jupiter
ou a de Saturno. "O CoRoT-9b e' o primeiro exoplaneta ate' hoje
encontrado que realmente se assemelha aos planetas em nosso Sistema
Solar", apontou Hans Deeg, do Instituto de Astrofisica de Canarias e
primeiro autor do artigo. "Esse e' o primeiro exoplaneta cujas
propriedades podemos estudar em profundidade. Ele pode se tornar a pedra
de Roseta da pesquisa em exoplanetas" , disse Claire Moutou, do
Departamento de Astrofisica da Universidade de La Laguna, na Espanha, um
dos autores do estudo. "Como no caso de nossos planetas gigantes,
Jupiter e Saturno, o novo planeta e' formado basicamente de hidrogenio e
helio. E pode conter outros elementos, como agua e pedras em elevadas
temperaturas e pressao, em um total de ate' 20 vezes a massa da Terra",
disse Tristan Guillot, do Observatorio da Cote d'Azur. O CoRoT-9b passa
em frente 'a sua estrela a cada 95 dias – conforme observado da Terra.
Esse "transito" dura cerca de 8 horas e fornece aos astronomos muita
informacao adicional do planeta. Esses detalhes sao muito importantes,
uma vez que o planeta compartilha muitas caracteristicas com a maioria
dos exoplanetas descobertos ate' hoje. O CoRoT, operado pelo Centro
Nacional de Estudos Espaciais da Franca, ajudou os cientistas a
descobrir o planeta apos 145 dias de observacoes durante o verao de
2008. O artigo A transiting giant planet with a temperature between 250
K and 430 K (vol 464 | 18 March 2010 | doi:10.1038/ nature08856) , de
Eudald Carbonell, de Hans Deeg e outros, pode ser lido por assinantes da
Nature em www.nature.com.

( Fonte: Agencia FAPESP )

quarta-feira, 3 de março de 2010

Clube Dorense de Astronomia Orion é destaque Nacional


O último evento da Feira Internacional de Ciências (Mostratec 2009), realizado em Novo Hamburgo-RS, no período de 23 a 28 de novembro, contou com a participação de representantes de 22 países, além dos expositores de todos os estados brasileiros, com trabalhos nas mais diversas áreas do conhecimento, sendo esta a maior feira do setor, na América Latina. Sergipe foi representado pela equipe do Clube Dorense de Astronomia Órion que expôs um trabalho no campo da exploração espacial envolvendo a construção de dois protótipos de foguete recuperável (Projeto Alfa-Centauro), desenvolvido pelos professores Mateus, Nilson e seus alunos, com o objetivo de viabilizar a simulação do que ocorre com uma carga útil (viva ou inerte) colocada a bordo de um veicúlo lançador, para ir ao espaço e posteriormente ser recuperada intacta, dentro das condições de segurança requeridas para o experimento.
Os dois protótipos de foguete, construidos com uso de materiais simples e de fácil montagem utilizando apenas cartolina, fita adesiva, cola, isopor, papelão, garrafa pet e pano de sombrinha, tem a proposta de ser utilizado com fins didáticos para estabelecer uma relação segura entre teorias ensinadas em sala de aula e a prática da experimentação científica, tornando o ensino de ciências, principalmente na área das exatas, mais atraente e significativo para o aluno, que passa a ter a oportunidade de testar conceitos físicos, químicos e biológicos aprendidos nas disciplinas que estuda na escola e analisar os resultados obtidos na experimentação.
Como resultado da participação do grupo na Mostratec 2009, os expositores do projeto trouxeram na bagagem o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido e o prêmio que assegura a participação em setembro de 2010 em outra feira internacional, sendo desta vez além das fronteiras do país, mais precisamente em Assunção, capital do Paraguai, representando honrosamente Sergipe e o Brasil. Pelo sucesso do projeto por onde passa, recebemos recentemente uma equipe da TV Cultura de São Paulo que veio fazer uma matéria conosco a respeito da nossa participação em eventos nacionais, sobre a escolha do nosso trabalho para ir ao Paraguai, representando o Brasil e pelas atividades que o Clube de Astronomia da escola desenvolveu durante as comemorações do Ano Internacional da Astronomia 2009.
Esperamos ir cada vez mais longe para mostrar o potencial da nossa equipe e do nosso trabalho, que precisa ser reconhecido e valorizado também aqui em nosso Estado, o que infelismente ainda não acontece.
Ver fotos:

Projeto Alfa-Centauro na Mostratec 2009.


Emerson e Bruno, ao lado do Telescópio Órion,
na exposição “Paisagens Cósmicas”.

Maiores informações:
nilson.stos@yahoo.com.br/mateus_nsd@yahoo.com.br